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GAZA: A GUERRA QUE DEIXA UM LEGADO DE VERGONHA PARA A HUMANIDADE - 4ª PARTE

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O BRASIL, O SILÊNCIO DAS POTÊNCIAS E O PAPEL DA CONSCIÊNCIA GLOBAL

por Alexandre Costa | EsquinaDemocratica.com.br


O cessar-fogo em Gaza reacende uma pergunta que ultrapassa fronteiras: qual o papel do Brasil e das democracias no enfrentamento do genocídio e na defesa da paz? Enquanto as grandes potências se dividem entre o silêncio e o cálculo geopolítico, o Brasil tentou — e pagou o preço — por manter uma postura de independência diplomática e voz humanitária.


A CRISE DIPLOMÁTICA BRASIL–ISRAEL

Em fevereiro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a devastação em Gaza ao Holocausto, afirmando que “o que está acontecendo lá é um massacre, não uma guerra” (Agência Brasil). A reação foi imediata: o governo de Benjamin Netanyahu declarou Lula “persona non grata” e convocou o embaixador brasileiro para explicações (Reuters). Em resposta, o Itamaraty chamou de volta o embaixador brasileiro em Tel Aviv e reafirmou que o Brasil “não se curva ao negacionismo humanitário” (Itamaraty).


Mesmo sob pressão, o governo brasileiro manteve sua linha: defender cessar-fogo imediato, corredores humanitários e responsabilização por crimes de guerra. O país também apresentou e apoiou resoluções no Conselho de Segurança da ONU pedindo pausa humanitária e investigação internacional (United Nations).


O ISOLAMENTO MORAL DO OCIDENTE

Enquanto o Brasil e países do Sul Global pediam uma resposta humanitária, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha bloquearam ou suavizaram resoluções críticas a Israel. A justificativa era sempre a mesma: “o direito de autodefesa de Israel”. Mas, na prática, isso significou licença para o massacre, como apontou relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) em agosto de 2025 (OHCHR).


A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) chamou a omissão ocidental de “cumplicidade por inércia”, denunciando o silêncio frente à morte de mais de 200 jornalistas no território palestino (RSF). A Anistia Internacional e a Human Rights Watch classificaram os ataques israelenses a hospitais, abrigos e comboios civis como crimes de guerra (Amnesty International, HRW).


O contraste ficou evidente: enquanto o Sul Global falava em humanidade, o Norte Global falava em interesses. E assim, o conceito de “ordem internacional baseada em regras” revelou-se seletivo, moldado pela cor das vítimas e pelo valor estratégico de cada nação.


O BRASIL NO TABULEIRO GLOBAL

Mesmo sob retaliações diplomáticas, o Brasil se consolidou como voz moral na ONU e articulador entre blocos divergentes. A diplomacia brasileira manteve canais com Catar, Egito, Turquia e África do Sul, países centrais nas mediações de paz e nas ações judiciais junto à Corte Internacional de Justiça (CIJ) (The Guardian). A delegação brasileira em Haia apoiou as medidas provisórias da CIJ para garantir o fluxo de ajuda e prevenir atos de genocídio, reafirmando que “a neutralidade diante da barbárie é cumplicidade” (Itamaraty).


Essa postura reforçou a imagem do país como parte ativa do Sul Global, que busca reformar a ONU e democratizar as decisões de segurança internacional. Em declarações à imprensa, Lula disse:

“O mundo precisa de coragem. O silêncio diante da morte de inocentes é o que alimenta novas guerras.”(Agência Brasil)

A CONSCIÊNCIA COMO LINHA DE FRENTE

O caso de Gaza expôs o abismo moral que separa a retórica democrática da prática política. O mundo ainda mede as tragédias pelo mapa do poder — e o jornalismo, cada vez mais atacado, segue sendo o último território da verdade possível.


Ao longo de dois anos, mais de 67 mil palestinos foram mortos, 64 mil crianças feridas ou mortas, e 232 jornalistas silenciados. São números que não pertencem apenas à Palestina: pertencem à história da humanidade, que segue sendo escrita com sangue e silêncio.

O Brasil, com suas contradições, mostrou que ainda é possível escolher o lado da vida — e que a consciência, quando exercida com coragem, também é uma forma de resistência. O conteúdo desta série de matérias foi construído com ajuda da IA e está dividido em quatro partes: 1ª Parte — Cessar-fogo, fome e o silêncio dos guardiões da verdade


LINKS PARA CHECAGEM

— Resoluções da ONU e posição brasileira https://news.un.org/en/story/2024/03/1150789

— Relatório do OHCHR sobre crimes de guerra https://www.ohchr.org/en/hr-bodies/hrc/co-israel/index


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