SOLIDARIEDADE A CUBA E A RESISTÊNCIA QUIXOTESCA DO SOCIALISMO DIANTE DO EMBARGO CRIMINOSO DOS EUA
- Alexandre Costa

- 13 de out.
- 3 min de leitura

por Alexandre Costa | EsquinaDemocratica.com.br “Defender Cuba é defender nossa utopia, nossa esperança e a luta por um mundo sem opressores e oprimidos”, afirmou Frei Betto, em um vídeo postado nas redes sociais, na última sexta-feira (10/10). A mensagem faz parte de uma campanha do MST que busca arrecadar R$ 200 mil para enviar remédios e equipamentos cirúrgicos à ilha, em função do embargo dos EUA que agrava a crise econômica e castiga o povo cubano.
Mais que um gesto de solidariedade dirigido a entidades, movimentos sociais, sindicatos e simpatizantes do mundo inteiro, a iniciativa é um apelo urgente por mobilização e resistência em defesa de Cuba. O embargo imposto pelos Estados Unidos é um aviso ao mundo de que qualquer nação que desafie a lógica do capital será punida com bloqueios, sanções, isolamento ou tarifaço, como ocorreu recentemente com o Brasil.
Num planeta em que tudo se mede em valor de mercado, Cuba resiste ao embargo que já dura 64 anos, de forma invejável e com uma teimosia quixotesca, enfrentando moinhos que agora têm forma de algoritmos e se movem conforme as bolsas de valores.
O MST lembra que “a solidariedade é o novo nome da revolução”.
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EUA E ISRAEL E O EMBARGO A CUBA
A Assembleia Geral da ONU condena o bloqueio há 31 anos consecutivos: em 2024, 187 países votaram pelo fim das sanções, apenas EUA e Israel mantiveram o veto (ONU News). O resultado é simbólico: o império isolado pela consciência mundial, mas ainda impune. Cuba tem 11 milhões de habitantes que sofrem com apagões e escassez generalizada, que vão de alimentos e combustível à água e remédios.
O embargo econômico foi oficializado em 1962 e reforçado pelas leis Torricelli (1992) e Helms-Burton (1996). Ou seja: passou por 13 presidentes dos Estados Unidos e 63 anos de resistência. Hoje, sua extensão é planetária: impedindo operações financeiras, restringindo o uso de softwares, proibindo a compra de equipamentos com mais de 10% de tecnologia americana.
ASFIXIA SILENCIOSA
Navios que atracam em portos cubanos ficam 180 dias proibidos de entrar nos EUA — regra imposta pelo Departamento do Tesouro. Bancos europeus são multados se processarem transferências à ilha. Empresas de cruzeiros foram banidas por incluir Cuba em seus roteiros. É um cerco que asfixia silenciosamente, sem um único tiro disparado. Segundo o relatório apresentado por Havana à ONU em 2024, as perdas somaram US$ 4,8 bilhões em um ano — o equivalente a US$ 13 milhões por dia (Minrex Cuba).
O atual presidente, Miguel Díaz-Canel, tenta equilibrar o legado revolucionário de Fidel e Raúl Castro com as pressões do século XXI: reformas econômicas tímidas, estímulo ao setor privado, acordos com Rússia e China, e a difícil tarefa de conter a fuga de cérebros.
O bloqueio não conseguiu matar o espírito solidário — apenas o fortaleceu. Em 2024, quando furacões devastaram parte da rede elétrica, movimentos populares brasileiros enviaram toneladas de alimentos, roupas e produtos de higiene (MST.org.br). Para cada hospital com falta de energia, há um médico cubano improvisando à luz de velas. Para cada porto interditado, um barco de solidariedade tenta romper o cerco.
EXEMPLO PARA O MUNDO
A taxa de alfabetização continua entre as mais altas do mundo. As vacinas Abdala e Soberana foram criadas por cientistas cubanos durante a pandemia. E o país mantém programas de cooperação médica em regiões que potências abandonaram. Em tempos de likes, redes sociais e criptomoedas, a geração que nasceu depois da Guerra Fria enfrenta dilemas para manter a utopia socialista. Mesmo assim, Cuba segue oferecendo educação gratuita, saúde pública universal e cultura acessível. 📲 CURTA, COMPARTILHE, COLABORE E CONTRIBUA
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