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GAZA: A GUERRA QUE DEIXA UM LEGADO DE VERGONHA PARA A HUMANIDADE - 2ª PARTE

Atualizado: 11 de out.

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DEVASTAÇÃO INFANTIL E O ECO DO NAZISMO

por Alexandre Costa | EsquinaDemocratica.com.br

Por mais de 700 dias, Gaza vive uma guerra que transformou a infância em alvo. Segundo a UNICEF, ao menos 64 mil crianças foram mortas ou feridas desde o início dos ataques israelenses, incluindo casos de mutilações graves e ferimentos permanentes (UNICEF). Outras tantas morreram de fome, doenças evitáveis ou continuam sob os escombros. “Cada criança morta é uma perda insubstituível. Para o bem de todas as crianças em Gaza, esta guerra deve terminar agora”, afirmou Catherine Russell, diretora-executiva da UNICEF, em 8 de outubro de 2025 (UNICEF Statement).


O relatório da UNICEF aponta que a fome persiste na Cidade de Gaza e se espalha para o sul, onde a desnutrição infantil atingiu níveis catastróficos. Mais de 54 mil crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda, muitas em estado severo (The Lancet). Hospitais foram destruídos, escolas viraram abrigos e a água potável desapareceu. O colapso humanitário é absoluto — 90% das escolas e 80% dos hospitais estão danificados ou inoperantes (World Health Organization).


A UNICEF, apoiada por outras agências da ONU, pede cessar-fogo imediato, liberação de reféns e acesso irrestrito à ajuda humanitária, lembrando que negar assistência a civis é “inequivocamente proibido” pelo Direito Internacional Humanitário (ICRC).Apesar disso, Israel manteve o bloqueio e seguiu bombardeando áreas densamente povoadas. O mundo observa — e se cala.


O ECO DO HORROR

As imagens de crianças famintas, corpos envoltos em lençóis e hospitais destruídos ecoam os piores capítulos da história humana. É impossível não traçar um paralelo entre a destruição de Gaza e as práticas de punição coletiva e extermínio sistemático que marcaram o nazismo.


Sob o regime de Hitler, milhões foram assassinados em nome da “segurança nacional” e da “pureza racial”. Hoje, o mesmo argumento da “autodefesa” serve para desumanizar palestinos, criminalizar famílias inteiras e transformar civis em inimigos. A diferença está na forma, não no princípio: se o nazismo construiu câmaras de gás, o cerco e os bombardeios transformaram Gaza em uma prisão a céu aberto (OHCHR – Comissão de Inquérito da ONU).


O Artigo II da Convenção da ONU para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (1948) define genocídio como “qualquer ato destinado a destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso — inclusive pela imposição deliberada de condições de vida capazes de provocar sua destruição física” (UN Treaty Collection). É o que se vê em Gaza.


Como em 1945, a humanidade volta a se deparar com a sua própria sombra. O “nunca mais” ecoado após Auschwitz exige hoje uma nova coragem moral. A guerra em Gaza não é apenas uma tragédia política: é um teste ético global, e cada morte infantil pesa sobre o silêncio dos que se omitem.


A FOME FABRICADA

Um terço das crianças no norte de Gaza sofre desnutrição grave e não sobreviverá, afirmou o chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, em entrevista ao Clube de Imprensa Suíço, em Genebra (UNRWA).“Trata-se de uma fome construída, fabricada e deliberada, uma estratégia na qual os alimentos foram usados como instrumento de guerra”, denunciou Lazzarini.

Desde março de 2025, após o fim de uma trégua de dois meses, as mortes por fome passaram a ser documentadas oficialmente. A UNRWA e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) confirmaram mais de 200 mortes por inanição entre março e julho, número que tende a crescer (WFP). A taxa de desnutrição aguda entre crianças multiplicou-se por seis desde o início do ano, e muitas sequer têm forças para se deslocar para o sul do enclave — como determinam as Forças de Defesa de Israel (FDI) em suas ordens de evacuação (Israel Defense Forces).

Além da fome e dos ataques, centenas de palestinos foram mortos ao tentar se abastecer de alimentos em centros da Fundação Humanitária para Gaza (GHF), administrada por Israel com apoio dos Estados Unidos. Segundo a Reuters, quase 1,5 mil pessoas famintas morreram nas filas dos quatro únicos pontos de distribuição da GHF durante o cessar-fogo (Reuters). LEIA O ESPECIAL GAZA: A GUERRA QUE DEIXA UM LEGADO DE VERGONHA PARA A HUMANIDADE Parte I — Cessar-fogo, fome e o silêncio dos guardiões da verdade

Parte II — Devastação infantil e o eco do nazismo

Parte III — Os interesses ocultos da guerra: energia, reconstrução e poder global

Parte IV — O Brasil, o silêncio das potências e o papel da consciência global.


LINKS PARA CHECAGEM

— Declaração oficial da UNICEF sobre as crianças em Gaza (08/10/2025) https://www.unicef.org/press-releases/gaza-two-years-war-children-need-peace-now

— Relatório sobre mortes e ferimentos de crianças https://www.unicef.org/emergencies/children-gaza-need-lifesaving-support

— Avaliação da OMS sobre hospitais e colapso de saúde https://www.who.int/news/item/2025-gaza-health-update

— Convenção da ONU sobre o crime de genocídio (1948) https://treaties.un.org/doc/Publication/UNTS/Volume%2078/volume-78-I-1021-English.pdf

— Relatório da Comissão de Inquérito da ONU sobre crimes de guerra https://www.ohchr.org/en/hr-bodies/hrc/co-israel/index

— Declaração de Philippe Lazzarini – UNRWA https://www.unrwa.org/newsroom/official-statements

— Situação da fome e mortes por inanição – WFP https://www.wfp.org/stories/gaza-facing-catastrophic-hunger-2025

— Versão oficial das FDI sobre corredores humanitários https://www.idf.il/en/articles/2025/humanitarian-corridors-brief/

— Mortes em centros da GHF – Reuters https://www.reuters.com/world/middle-east/starvation-gaza-2025-08-15 O conteúdo desta série de matérias foi construído com ajuda da IA e está dividido em quatro partes:1ª Parte — Cessar-fogo, fome e o silêncio dos guardiões da verdade

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