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ANÚNCIO DA DESCOBERTA DE RESERVATÓRIO DE PETRÓLEO GIGANTESCO NA BACIA DE SANTOS LEVANTA SUSPEITAS

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POR REDAÇÃO | ESQUINADEMOCRATICA.COM.BR

A petrolífera britânica BP Energy anunciou, nesta segunda-feira (4 de agosto), a descoberta de um gigantesco reservatório de petróleo no bloco Bumerangue, no pré-sal da Bacia de Santos, a 404 km da costa do Rio de Janeiro. O poço, perfurado a 5.855 metros de profundidade, revelou um reservatório de “alta qualidade” com extensão de mais de 300 km². Segundo a companhia, trata-se da maior descoberta da BP nos últimos 25 anos, superando até mesmo Shah Deniz, no Mar Cáspio, em 1999.

O anúncio foi feito pelo vice-presidente executivo de produção e operações da BP, Gordon Birrell, que afirmou estar “entusiasmado” com o potencial do campo e que o plano é “estabelecer um polo de produção material e vantajoso no país”. A descoberta acontece num momento estratégico para a companhia, às vésperas da divulgação dos resultados trimestrais, sob pressão do fundo americano Elliott, que exige mudanças na gestão, e em meio a rumores de fusão com a Shell.

Mas, apesar do tom festivo, a transação que colocou Bumerangue nas mãos da BP levanta questionamentos. O bloco foi adquirido em dezembro de 2022, no primeiro Ciclo de Oferta Permanente da ANP, pelo modelo de Partilha de Produção. A BP foi a única interessada e venceu pagando um percentual mínimo de “lucro óleo” ao governo: apenas 5,9% do excedente de petróleo, índice bem inferior ao praticado em outros blocos da mesma rodada.

Essa ausência de concorrência e o valor baixo chamam atenção porque, menos de três anos depois, a BP anuncia a maior descoberta de sua história recente. O contraste é evidente: enquanto outros campos do pré-sal levam anos entre aquisição e perfuração, Bumerangue avançou da assinatura do contrato à descoberta em tempo recorde. Para especialistas, isso indica que a empresa possuía dados técnicos privilegiados ou informações prévias sobre o potencial da área.

O campo está localizado na mesma faixa geológica do bloco Aram, operado pela Petrobras e pela chinesa CNPC, considerado um dos maiores do pré-sal, com estimativa de 29 bilhões de barris “in place”. Técnicos ouvidos pela imprensa acreditam que Bumerangue pode ter volumes comparáveis, ainda que não oficialmente confirmados.

O modelo de partilha brasileiro prevê que a União receba parte do excedente após o abatimento dos custos, e nos leilões vence quem oferece o maior percentual ao Estado. Em Bumerangue, a ausência de disputa e a baixa contrapartida reforçam a percepção de que o campo foi negociado por valor muito abaixo de seu real potencial.

O momento do anúncio também desperta suspeitas. A descoberta foi revelada no exato período em que a BP enfrenta mudanças no comando, pressão de acionistas e necessidade de reforçar sua imagem perante o mercado. Uma grande descoberta no Brasil, comprada por preço irrisório, eleva instantaneamente o valor dos ativos e impulsiona as ações da empresa.

COINCIDÊNCIA RARA No mundo dos negócios de petróleo, coincidências assim raramente são fruto do acaso. Mais do que uma notícia de impacto, o caso Bumerangue reacende um debate sobre transparência, fiscalização e soberania no pré-sal brasileiro. A pergunta que permanece é: como um ativo dessa relevância foi parar nas mãos de uma única empresa, praticamente sem disputa e com tamanha rapidez na descoberta?

Se as autoridades vão investigar ou se bilhões de barris serão cobertos pelo silêncio, é algo que ainda está por ser definido. Até lá, Bumerangue segue como uma vitória estrondosa para a BP — e um enigma para quem acompanha os bastidores da indústria petrolífera no Brasil. CONFIRA ALGUMAS MATÉRIAS QUE REFORÇAM AS SUSPEITAS

  • Segundo reportagem da Exame, a BP foi a única interessada no leilão de dezembro de 2022 e ofereceu apenas 5,9% do excedente de óleo ao governo — valor ligeiramente acima do mínimo exigido pelo edital Agenda do Poder+15Exame+15Petronotícias+15.

  • A InfoMoney também destaca que o percentual oferecido é muito inferior ao de outros blocos leiloados na mesma rodada (alguns chegaram a 61%), reforçando a percepção de que a BP pagou “barato” pelo ativo Exame.

  • Diário do Centro do Mundo irozina "No mundo dos negócios, esse tipo de coincidência raramente é obra do acaso ... Alguém lucrou muito, antes mesmo de qualquer barril ter sido extraído". https://www.diariodocentrodomundo.com.br/como-a-bp-achou-petroleo-bilionario-no-brasil-pagando-uma-mixaria/

  • O portal PetroNotícias ressalta que ainda não há confirmação sobre qualidade e volume recuperável, e que os altos níveis de CO₂ no reservatório podem exigir investimentos adicionais, o que pode afetar a viabilidade econômica do projeto monitormercantil.com.br+10Petronotícias+10Poder360+10.

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