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INTERCEPT BRASIL: PT PREFERIU PERDER COMO PROTAGONISTA DO QUE TENTAR GANHAR COMO COADJUVANTE


O site The Intercept Brasil publicou, na segunda-feira (8/9), um texto assinado pelo cientista social João Filho, autor do Jornalismo Wando, criticando a postura do PT em relação à tentativa de formar uma frente ampla em defesa da democracia contra os ataques do governo Bolsonaro. O conteúdo, visivelmente opinativo, faz referência ao lançamento de um manifesto que busca reorganizar a oposição e foi batizado de “Direitos Já! – Fórum pela Democracia”, assim como foi com as Diretas Já, criado no início dos anos 1980, quando o campo democrático, ainda sob a ditadura, se uniu para reivindicar eleições presidenciais diretas. João Filho menciona o fato da esquerda seguir dividida, desarticulada e paralisada diante da violência do bolsonarismo.

"Infelizmente, o cacoete da hegemonia fala mais alto, e o PT se recusa a participar de qualquer movimento que não tenha a liberdade de Lula como bandeira principal. É incrível notar que o partido, que teve seus governos marcados pelo pragmatismo e que se aliou no ano passado a partidos que derrubaram Dilma, se recuse a dar esse passo atrás em nome da luta contra a selvageria bolsonarista", escreveu João. Para ele, as lições da última eleição foram ignoradas. "As pesquisas indicavam que apenas Lula venceria Bolsonaro em um segundo turno. Com a confirmação de que o ex-presidente não poderia disputar, o partido escolheu Haddad de última hora, apostando que a transferência de votos de Lula para o candidato do PT aconteceria de forma natural. Àquela altura, já estava claro que o antipetismo era mais forte que Haddad. Era a hora de recuar e compor com Ciro Gomes na cabeça de chapa para tentar evitar a tragédia Bolsonaro".

João Filho citou o fato do pedetista ser na época o único com chances de derrotar Bolsonaro no segundo turno, de acordo com pesquisas. "Mesmo assim, Ciro não seria garantia de vitória, pelo contrário. As chances de perder também eram grandes. Mas ali poderia ser o início da construção de uma oposição sólida ao bolsonarismo. Mas o PT preferiu perder como protagonista do que tentar ganhar como coadjuvante. A estratégia foi boa para o partido, que perdeu a eleição, mas manteve a hegemonia no campo oposicionista ao formar a maior bancada na Câmara. Mas foi ruim para o país, que, após oito meses, está com uma oposição enfraquecida e desarticulada para enfrentar o desmonte avassalador do estado brasileiro". O texto alerta para a urgência de reunir as forças democráticas e criar um diálogo plural. "Não há mais espaço para disputa de hegemonias e imposições. Ou os democratas se unem agora contra o governo fascistoide, criando uma narrativa única em torno da defesa dos valores democráticos, ou na próxima eleição — se houver eleição! — elegeremos um presidente para administrar os escombros.



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