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TRABALHADORAS DO BRASIL, UNI-VOS CONTRA AS 168 HORAS SEMANAIS, POR PAULO GAIGER*

As trabalhadoras do Brasil ralam bem mais que as 44 horas definidas na CLT. Todas já sabem que recaem sobre seus ombros os trabalhos domésticos, o cuidado com a prole e a disposição sexual para quando o mala do marido e trabalhador a exigir como um dever do matrimônio. Trabalhar demais para o crescimento do país, significa sempre perder a vida e as horas sem tempo para desfrutar da vida e das horas. Matrimônio estressado e, quase sempre, infeliz. Os varões, normalmente, têm horizontes estreitos construídos a partir do gozo em seu domínio: a sua esposa subjugada. Por isso, sei que nenhuma revolução ou reforma social e política de fundo, poderá partir de varões com as caras enfurecidas contra os desmandos e as desigualdades. Chantili, farsa. A história revela isso. O excesso de testosterona em movimentos de libertação, resulta em coisa nenhuma. Talvez em uma paródia do poder que combatia. Varões buscam atividades para levar a vida tal como ela está posta e pensar quase nada. O joguinho de futebol, a torcida organizada, a compulsão por comer, a admiração por fascistas e militares... cumprindo a jornada laboral e o país dos culhões da morte alçando sua bandeira e cantando o hino. Por que iriam cogitar que as 44 horas semanais são uma desumanidade se podem tomar a cervejinha? Contudo, as mulheres se encontram presas aos grilhões da CLT e dos costumes e tradições que as colocam em estado de subordinação ao longo das 168 horas da semana. Como se pouco fosse, surge um imbecil de um Frei Gilson que, junto com pastores fundamentalistas, pisam no corpo das mulheres, avacalham e as desprezam e fica por isso mesmo. E como se fosse insuficiente, os movimentos de resgate do macho dentro do Red Pill, Incel e Legendários. Não vale comentar a Constelação Familiar, uma maneira ritualística e chique de colocar a mulher no chinelo. Os produtores de estupidez, imbecilidade e injustiça são os homens, estes mesmos que vociferam, que não escutam, que ameaçam, que querem um fuzil, que têm fixação pelo próprio pau, que falam de si mesmos... que no fundo, odeiam as mulheres quando elas os olham olho no olho e dizem: tu és um babaca! No 1° de maio, atenção às trabalhadoras, as únicas capazes de começar a mudar estruturas de ferro que oprimem de alguma forma. Poderiam colocar bancas para os divórcios, aproveitando o Dia do Trabalhador para mandar o marido trabalhador às favas. A propósito, por que se casar? Se é para aumentar as aflições, melhor não. Todos os dias, na televisão, nas redes sociais, as mulheres recebem uma avalanche de maneiras de ter uma vida saudável: ginástica, horas de lazer, leituras, ir de passeio com a família, terapias mil, atenção aos progressos da prole, dedicação, muito amor, sorriso no rosto, roupa fashion. Tá bom? Cave um buraco nas 168 horas para dar conta disso ou mesmo nas 44 horas no comércio ou na empresa. As recomendações são ótimas, mas não dialogam com a realidade da maioria das mulheres. São uma miragem. Abaixo as 168 horas semanais de trabalhos forçados. Em um país de injustiças cristalizadas como o Brasil, uma vida boa, justa e saudável é um sonho distante. Mas os sonhos não envelhecem. Só as mulheres sabem disso.


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