POR IRONIA DO DESTINO, BOLSONARO SERÁ INCRIMINADO JUSTAMENTE PELOS RASTROS QUE DEIXOU NO SUS

O menosprezo de Jair Bolsonaro ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi uma das marcas do seu governo. E por ironia do destino, o ex-presidente poderá ser incriminado justamente pelos rastros deixados no sistema do programa nacional de imunizações e na plataforma que compartilha resultados de exames do SUS.

De certa forma, o destino parece se vingar do negacionista que desprezou as vacinas e zombou dos brasileiros que morriam de covid nas UTIs lotadas do país. Não à toa, foi chamado de genocida pela omissão, descaso à pandemia que já matou mais de 700 mil brasileiros, pelo desrespeito aos profissionais da saúde e crueldade diante da dor e do luto que tomou conta do país.

O esquema de falsificação dos cartões de vacinação, liderado por Mauro Cid, começou em Goiás e terminou na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A técnica de enfermagem que teria sido responsável por imunizar Bolsonaro em Duque de Caxias, conforme registros nos sistemas informatizados do SUS, afirmou que jamais aplicou a vacina no ex-presidente.

A operação que apura a falsificação do cartão de vacinação é apenas uma das 25 investigações em que o ex-presidente é alvo.

Ao que tudo indica, a autonomia da Polícia Federal, sistematicamente desrespeitada pelo então presidente, aos poucos vai sendo recuperada. Para chegar onde chegou, a PF resolveu investigar Mauro Cid, ajudante do ex-presidente e que não possuía proteções constitucionais, tampouco privilégios funcionais.

Além de combater a impunidade, a PF demonstra publicamente que o poder não está acima das leis.