Durante um mês, nós, gaúchos, ficamos às voltas com a catástrofe que devastou o Rio Grande do Sul. As chuvas torrenciais e ininterruptas fizeram com que rios alcançassem níveis jamais vistos antes na história. Muitas vidas se foram, cidades inteiras ficaram submersas. As águas turvas e barrentas arrastaram casas, estradas, pontes, destruíram plantações, comprometeram escolas, pequenos e grandes comércios, fábricas, indústrias e tudo mais que encontrou pela frente.
Em meio à tragédia, a compaixão se multiplicou e rapidamente se espalhou em uma gigantesca corrente de solidariedade. O orgulho de ser gaúcho se tornou ainda maior ao ver uma multidão de voluntários envolvidos no salvamento, no resgate, na construção de estruturas para acolher, alimentar e vestir a multidão de desalojados e desabrigados.
Toda nossa solidariedade aos que foram atingidos diretamente pela tragédia e perderam familiares, parentes, amigos ou que tiveram suas casas destruídas ou alagadas. O longo período sem água e sem luz, com estradas bloqueadas implicaram em mudanças no cotidiano e em reflexões sobre o modelo de sociedade em que vivemos.
Nossos corações estão dilacerados e as imagens do caos ainda ardem na retina. Os olhos estão cansados de tanta destruição. As crianças ficaram assustadas e inseguras diante de tantas incógnitas e incertezas sobre o amanhã.
Neste longo mês de maio, o www.esquinademocratica.com.br praticamente suspendeu as postagens, em função das inúmeras dificuldades causadas pelas enchentes. Comunicamos o nosso retorno, estamos em Porto Alegre, o sinal e a conexão foram restabelecidos, o que nos permite organizar o trabalho de agora em diante.