Desejos de Ano Novo, por Nora Prado (*)
- Alexandre Costa

- 31 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Atualizado: 1 de jan. de 2024

Desejo um Ano Novo macio
como o dorso do meu gato
fresco como água da cacimba
e perfumado como pétalas em flor.
Que caminhe mais devagar
dando tempo de abraçar
os amigos queridos
e apreciar a paisagem da janela.
Que não seja doloroso demais
e propicie mais encontros
festas, aniversários e casamentos.
Que tenha muito teatro e cinema
mais pôr do sol em boa companhia
e amanheceres aconchegantes.
Que haja trabalho e remuneração digna
prazer de servir aos outros, delicadeza
nos pequenos gestos e grandeza de alma.
Desejo um Ano Novo mais leve e sem guerras
com abundância de afetos e florestas em pé
aldeias indígenas e quilombolas respeitadas
e nenhuma criança com fome nem frio.
Que tenhamos mais empatia e solidariedade
música para cantar ao vento e palavras doces
para respingar como chuva por onde passarmos.
Que não nos falte a coragem para pular abismos
nem sensibilidade para amparar os necessitados
Amor para acariciar e alegria para compartilhar.
Que façamos deste novo ano um belo colar de afetos
arco-íris sobre os montes, canções de acalanto
com brisa suave a beira mar e estrelas no firmamento.
Desejo um Ano Novo de paz e concórdia
risadas e graças mil, colorido como
num caderno de desenhos ou colcha de retalhos.
Que a gente se entregue a aventura de se conhecer
melhor, de ir mais fundo no sentido da vida
e que possamos regar a esperança a cada
novo amanhecer, cada momento bendito de existir.
Porto Alegre, 31 de dezembro de 2024.
* Fotografia de Henri Cartier Bresson








