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DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS É MARCADO POR OFENSAS, ACUSAÇÕES, MENTIRAS E CRÍTICAS À POLARIZAÇÃO


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O debate dos presidenciáveis realizado na noite de domingo (28/8) por meio de parceria com Grupo Bandeirantes de Comunicação, TV Cultura, Folha de S. Paulo, UOL e Google foi marcado pelo clima de hostilidade no estúdio e nos bastidores. O primeiro encontro dos candidatos às eleições de outubro próximo teve de tudo um pouco, desde acusações, mentiras e ofensas até uma discussão que por pouco não terminou em briga. Além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do atual presidente Jair Bolsonaro, também participaram do encontro os candidatos Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe d'Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União).


O clima que já era tenso entre os participantes esquentou ainda mais com uma discussão na sala dos convidados. Uma briga entre o deputado federal André Janones, que retirou sua candidatura à presidência para apoiar Lula, e Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro, por pouco não transformou os bastidores em uma arena de UFC. Foi necessário reforçar a segurança no local para evitar que os envolvidos chegassem às vias de fato. “Seu bosta”, gritava Janones contra a Salles, que devolvia ao deputado: “vendido”. Os dois precisaram ser impedidos por seguranças para não irem às vias de fato. O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas e aliado próximo de Lula, tentou conter Janones. A confusão teria ocorrido porque "Salles ironizou Lula, quando o ex-presidente afirmou que o menor desmatamento da Amazônia ocorreu no seu governo. Janones reagiu ao ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro, dando início à confusão".


BOLSONARO TEVE PIOR ATUAÇÃO Voltando ao debate propriamente dito, o que ficou evidente para o público foi que tanto Lula quanto Bolsonaro foram muito atacados. Talvez seja cedo para analisar os impactos deste primeiro debate junto aos eleitores. Porém, o que parece consenso entre analistas políticos é de que o candidato Jair Bolsonaro foi quem teve a pior atuação. Já o ex-presidente Lula parece ter sentido o clima hostil e o linguajar chulo de Bolsonaro, principalmente quando foi chamado de ex-presidiário. (Confira o desempenho dos candidatos, mais abaixo).


ATAQUES À JORNALISTA Mas as ofensas de Bolsonaro a Lula serviram também para dimensionar o desiquilíbrio do atual presidente. A agressividade de Jair Bolsonaro foi tanta que sobrou até para a jornalista Vera Magalhães. Descontrolado, Bolsonaro elevou o tom e disse: “Vera, eu não podia esperar outra coisa de você... Eu acho que você dorme pensando em mim, você tem alguma paixão por mim... Você não pode tomar partido num debate como esse, fazer acusações mentirosas a meu respeito... Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro!” O ataque de Bolsonaro gerou uma série de mensagens nas redes sociais em solidariedade à jornalista e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou uma nota exigindo “que o presidente respeite as profissionais que trabalham na imprensa”.


ATAQUE ÀS MULHERES No momento do ataque, Bolsonaro não foi repreendido por nenhum dos candidatos homens presentes no debate. Simone Tebet reclamou dos ataques e ouviu de Bolsonaro: "não pedi sua opinião". Na rodada de perguntas que veio a seguir, a candidata Soraya Thronicke, do União Brasil, disse ao candidato à reeleição que não tem medo dele. Lula criticou Bolsonaro pelos ataques e se solidarizou com a jornalista e com a candidata do MDB.


HOSTILIDADES CONTRA LULA Durante todo o debate, o ex-presidente Lula procurou manter a serenidade para responder aos questionamentos e tentou minimizar as críticas ao seu governo, que surgiam a todo momento e de todos os lados. Lula até tentou se aproximar de Ciro Gomes, mas não obteve êxito.

LULA MEXE COM A MEMÓRIA DOS BRASILEIROS Estrategicamente, o ex-presidente usou as críticas contra ele para mostrar a diferença entre o Brasil de Lula e o país devastado por Bolsonaro. Por isso, estabeleceu conexões entre o passado e o presente, fazendo contrapontos ao atual governo. Usando dados e percentuais e apontando obras e realizações dos governos petistas, Lula tentou mexer com a memória dos brasileiros. O ex-presidente trouxe para o debate deste domingo a imagem de um país em ascensão, em que os mais pobres conseguiam ter comida na mesa, podiam comprar casa própria, entrar na universidade e ter uma vida mais digna.


LULA DEFENDE ALCKMIN E DILMA

O ex-presidente Lula usou o tempo das considerações finais para enaltecer a aliança com o candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB). Também defendeu as gestões da ex-presidente Dilma Rousseff, reafirmando o legado dos seus dois mandatos à frente do Planalto. Lula falou sobre o impeachment, que segundo ele foi um golpe para retirar Dilma da Presidência, mesmo sem ela ter cometido qualquer crime de responsabilidade.

CHAMADO DE EX-PRESIDIÁRIO, LULA RESPONDE Em direito de resposta por ter sido chamado de "ex-presidiário" por Bolsonaro, Lula disse que foi preso para facilitar a eleição do atual presidente e afirmou estar "mais limpo que ele ou qualquer parente dele". O ex-presidente finalizou o seu tempo de direito de resposta, afirmando que se for eleito irá "apagar todos os sigilos" decretados por Bolsonaro em "um decreto só".


POLARIZAÇÃO No entanto, um dos pontos negativos do debate foi a associação da imagem de Lula à polarização do país, que divide famílias e afasta amigos. O argumento repetido à exaustão pelos seus adversários na tentativa de colocar Lula no mesmo nível de Bolsonaro, ignorando o fato de que a única candidatura capaz de barrar o avanço do fascismo/bolsonarismo é a do ex-presidente.


QUEM FOI O MELHOR NO DEBATE De acordo com uma pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Datafolha com um grupo de eleitores indecisos e que foram perguntados sobre o desempenho de cada candidato no debate, 43% dos entrevistados responderam que Simone Tebet foi a melhor. Ciro Gomes ficou em segundo lugar, com 23% das menções. Lula e Bolsonaro empataram na terceira posição, com 10% cada. Felipe D’Avila (Novo) apareceu na sequência com 8%. Soraya Thronicke (União Brasil) fechou a fila com 2%.


SIMONE TEBET REBATE BOLSONARO E ATACA LULA Simone Tebet recordou momentos ocorridos durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, em 2021, a qual integrou. "Recebi violência política na CPI, fui chamada de descontrolada. um outro me ameaçando porque queria me impedir de falar e de participar da 'CPI da Vida'. E pior que isso, um ministro seu, Bolsonaro, tentou me intimidar entrando no Supremo Tribunal Federal porque eu denunciei o esquema de corrupção da vacina que vossa excelência não quis comprar", declarou. A candidata dirigiu suas críticas principalmente a Lula e Bolsonaro e lamentou a polarização entre os dois candidatos. "Falando do passado, alimentando o ódio, dividindo as famílias e polarizando o Brasil", afirmou, lembrando casos de corrupção envolvendo os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto. "Triste o Brasil que tem que escolher entre o petrolão e mensalão do PT e o escândalo de corrupção da educação e do orçamento secreto do atual governo", disse.


CIRO ACHAMA LULA DE ENCANTADOR DE SERPENTES

O candidato Ciro Gomes chamou o ex-presidente Lula (PT) de "encantador de serpentes", após a manifestação do ex-presidente, afirmando que ter "profunda deferência" pelo ex-aliado. "Tem três pessoas que eu tenho profunda deferência no Brasil. Mário Covas, Requião e Ciro Gomes. Eles podem falar mal de mim, mas eles têm o coração mais mole que a língua. São muito mais compreensíveis aos problemas sociais", disse Lula.

CIRO DIZ QUE LULA SE DEIXOU CORROMPER

"Não acho que Bolsonaro desceu de Marte. Bolsonaro foi um protesto absolutamente reconhecido contra a devastadora crise econômica que o Lula e o PT produziram", ressaltou o ex-ministro da Integração Nacional no primeiro governo Lula, afirmando ainda que o ex-presidente "se deixou corromper".


PRISÃO DE LULA SERVIU PARA BOLSONARO SER ELEITO O ex-presidente respondeu imediatamente: "Quando Ciro joga a responsabilidade do cidadão nas minhas costas. Eu não saí do Brasil, eu não fui para Paris. Fui preso para não ganhar as eleições porque sabiam que eu ia ganhar as eleições. Fui absolvido em todos os processos. Eu sou o único inocente que paga o preço de ser inocente." "É deprimente um país como o nosso ficar discutindo quem é mais corrupto, quem é menos corrupto. Minha luta é contra modelo econômico que é o mesmo rigorosamente há 25, 30 anos, que montou uma máquina perversa de transferir renda” dos mais pobres para os mais ricos, declarou Ciro.

 
 
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