Chapa 3 comemora vitória com paridade, mas chapa 2 vence eleição à Reitoria da UFRGS devido à liminar

A primeira etapa da eleição à Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), realizada na segunda-feira (15/7), apontou a chapa 2, formada por Ilma Brum e Vladmir Nascimento, como a primeira colocada. Porém, a Chapa 3, formada por Marcia Cristina Bernardes Barbosa e Pedro Costa, teve a maioria dos votos e comemorou a vitória ao promover uma contagem paralela, obedecendo o modelo que estabelece igualdade de peso entre professores, técnicos administrativos e estudantes.

A paridade é uma demanda histórica da comunidade acadêmica da UFRGS, que estabelece o mesmo peso de votos para as três classes de eleitores. O modelo foi defendido pelas três chapas e só não foi aplicado em função de uma liminar protocolada pela UFRGS, por meio do pró-reitor Geraldo Jotz, que restabeleceu o peso maior (70%) para os professores. A votação teve participação de 17.769 eleitores, número que superou a votação anterior, mas é menos da metade dos cerca de 43 mil eleitores que estavam aptos a participarem da consulta acadêmica. Na última votação, em 2020, o número de eleitores foi de 15,7 mil, na época representou o dobro da eleição de 2016, que teve a participação de 7,7 mil pessoas.

O resultado da eleição será encaminhado ao Consun. Na sexta-feira (19/7), a entidade terá em sessão e deverá formar a lista tríplice a ser encaminhada ao Ministério da Educação. A liminar que suspendeu a paridade foi uma decisão da juíza federal Ingrid Schroder Sliwka da 5ª Vara da Tribunal Regional Federal da 4ª Região no início do mês, mas cabe recurso.

Após decisão do Consun, órgão máximo, normativo e deliberativo da instituição, caberá ao presidente Lula indicar a futura reitora da UFRGS, que estará à frente da universidade entre 2024 e 2028.

DECISÃO DEVE RESPEITAR A LUTA DE 30 ANOS POR PARIDADE

Por decisão do reitor Carlos Bulhões, a UFRGS suspendeu, no dia 4 de março deste ano, a paridade entre segmentos na escolha para reitor, passando por cima de votação do Conselho Universitário, que havia sido aprovada em novembro de 2023. Trabalhadores e estudantes protestaram contra a decisão. A conquista da paridade é fruto da luta de mais de 30 anos de estudantes e trabalhadores da UFRGS por maior democracia interna.

RESULTADO PELO SISTEMA DE PARIDADDE

RESULTADO OFICIAL