Os assassinatos brutais, as torturas e as atrocidades cometidas durante a ditadura militar no Brasil ainda estão aqui. No ano em que completou 60 anos, o golpe militar continua sendo uma ameaça à democracia. E o 8 de janeiro uma espécie de pesadelo que nos faz reviver os 21 anos de ditadura.
As memórias dos anos de chumbo são feridas que não cicatrizaram, como tão bem nos mostram o livro "Ainda Estou Aqui", de Marcelo Rubens Paiva, e o filme homônimo, dirigido por por Walter Salles. O golpe de 1964 e o ambiente político de 2024 colocam o Brasil frente a frente com a sua história e com sua frágil democracia, constantemente ameaçada pelas forças reacionárias do país. As notícias sobre o indiciamento de Jair Bolsonaro e de militares ligados ao ex-presidente caíram como uma bomba no colo da nova República. Além de planejarem um golpe de estado, também tramaram o assassinato do presidente Lula, do seu vice Geraldo Alckmin e do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Nas redes sociais, Marcelo Rubens Paiva, ironizou o fato, ao postar Fernanda Torres, indicada ao Oscar, e Jair Bolsonaro, indiciado outra vez. A atriz interpreta Eunice Paiva, mulher de Rubens Paiva e mãe do escritor.
Esta é a terceira vez que o ex-presidente é indiciado. A penúltima foi em 4 de julho, em uma investigação que apura suposta venda ilegal de joias sauditas no exterior, pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. Antes, em março, Bolsonaro já havia sido indiciado por falsificar certificados de vacina.
A ironia contida na postagem de Marcelo Rubens Paiva é um sutil tapa de luvas nos que defendem a ditadura militar e suas práticas criminosas. O longa-metragem “Ainda Estou Aqui“ já levou mais de 1,5 milhão de espectadores aos cinemas brasileiros e arrecadou incríveis R$ 31 milhões em bilheteria no país. Essa é a 4ª maior bilheteria de um filme nacional pós-pandemia, de acordo com dados do Comscore.