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Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, já está negociando um acordo de delação premiada com o Ministério Público do Rio de Janeiro. De acordo com fontes envolvidas na investigação, a maior preocupação de Queiroz é com a família. Ele quer garantias e proteção para a mulher, Márcia Aguiar de Oliveira, que está foragida, e para as filhas, Nathalia Mello e Evelyn Mello, todas investigadas no “esquema da rachadinha”. O ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro também pede para cumprir prisão domiciliar. A informação foi divulgada pela CNN Brasil nesta sexta-feira (26/6). “A negociação está arrastada porque os promotores querem garantias que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro tenha informações novas para apresentar e não apenas relatar fatos que a investigação já conseguiu remontar”, diz o texto da CNN. Márcia, Nathalia e Evelyn, assim como o pai, trabalharam no gabinete de Flávio na Alerj. Evelyn assumiu a vaga da irmã depois que Nathalia foi exonerada do gabinete.
MÁRCIA É PEÇA CHAVE
Em conversas obtidas pelo Ministério Público do Rio e citadas no documento que embasou a prisão de Queiroz, a mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, dizia que poderia fugir caso tivesse a prisão decretada. Os diálogos se deram em dezembro do ano passado. No dia 18, o que o casal temia aconteceu. Alvos de mandados de prisão preventiva, Queiroz foi detido, mas a mulher cumpriu o que planejava: fugiu. O MP classifica Márcia como peça-chave na suposta tentativa de obstrução de Justiça por parte de Queiroz e de seus aliados. Além das conversas, que já denotavam preocupação com os desdobramentos do inquérito que apura suposta prática de ‘rachadinha’ no gabinete que o atual senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comandava quando era deputado estadual, os promotores do Rio também apontam que ela recebeu, de origem desconhecida, R$ 174 mil em espécie durante o sumiço de Queiroz. O dinheiro teria bancado, por exemplo, as despesas hospitalares do ex-assessor do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
Seis anos mais nova que o marido - ela tem 48 e Queiroz, 54 -, Márcia é a segunda mulher do ex-assessor. Estão juntos em união estável desde 2000. Juntos, tiveram o filho Felipe Queiroz, também ele citado na etapa mais recente da investigação do MP, mas de modo lateral. Nathália, a filha mais velha de Queiroz, e Evelyn, a do meio, são de outro casamento - e foram alvo das etapas da investigação que quebraram sigilos bancário, fiscal e telefônico. Outra Evelyn, de sobrenome Mayara de Aguiar Gerbatim, é filha de Márcia com o ex-marido e também passou por medidas cautelares do Ministério Público ao longo do inquérito.
PROTEÇÃO PARA A FAMÍLA
Para além do aspecto jurídico da fuga de Márcia, sabe-se que Queiroz vê na família o único alicerce que, uma vez destruído, poderia levá-lo a mudar de estratégia de defesa no inquérito, que corre há quase dois anos e está prestes a render uma primeira denúncia. Considerado um "um cara muito família”, como definem interlocutores, a eventual prisão da mulher ou mesmo da filha poderia balançá-lo a ponto de passar a cogitar uma delação premiada. Por enquanto, o advogado Paulo Emílio Catta Preta afirma que essa possibilidade está descartada. Ao contrário de Nathália Queiroz, a filha mais velha do ex-assessor, Márcia é menos articulada e não tem atuação tão ativa na parte burocrática da investigação, como na conversa com advogados. Por outro lado, a última etapa do inquérito do MP mostra o poder que ela tinha como articuladora da vida que Queiroz levava em Atibaia enquanto o País perguntava onde ele estava.