Explica para o povo, prefeito, o gasto de R$ 34 milhões em compra de livros didáticos, sem licitação?
Bom explicar, pois este fato pode se tornar a cara da sua gestão prefeito Melo.
Assisti no jornal das 19h, da RBS, a lamentável notícia.
Sou aposentada e trabalhei mais de 30 anos na Rede Municipal de Ensino (RME) de Porto Alegre, portanto sou uma das construtoras da educação pública, laica, inclusiva, antirracista e de qualidade social, que era referência nacional e internacional.
Estava no chão da escola desde a década de 90 e participei desta construção através da gestão participativa e democrática que vivíamos.
Nestes últimos 8 anos, principalmente, nas gestões Marchezan e Melo, os princípios da gestão democrática foram substituídos por perseguições e tentativas de silenciamento das escolas.
Também aconteceram as contratações a rodo, perdas de direitos e plano de carreira, transformando nossa RME em escolas isoladas, sem projeto político pedagógico, sem valorização das e dos trabalhadoras (es), desvalorizando e sucateando o serviço público.
Sabemos que sucatear o serviço público e privatizar tudo é o objetivo de gestões ultraliberais e, portanto, Melo segue a mesma cartilha do ex-presidente da República, inclusive o prefeito Melo foi um grande cabo eleitoral do Bolsonaro.
Melo se afasta da população e se alia às grandes empreiteiras, à especulação imobiliária e, agora, aparecem estes crimes contra as crianças e adolescentes da cidade. Gastar R$ 34 milhões em compras de livros de forma ilícita, é uma escolha criminosa de gestão pública, pois este dinheiro público deveria ser investido na qualidade da educação pública de Porto Alegre, que é um direito inalienável subscrito no Estatuto da Crianças e do Adolescente (ECA).
Estamos aguardando que todas (os) responsáveis por este crime contra a cidade sejam punidos. E vamos combinar que o chefe do executivo, o gestor, o prefeito está envolvido nesta negociata. Melo se coloca como um zelador cuidadoso, como explicar então a sua falta de poder e de informação?
Como a secretária de Educação teria a responsabilidade, sozinha, de licitações ilícitas?
Onde estava o prefeito, na ocasião?
Esta é a pergunta que não quer calar!
Explica, prefeito Melo, como que em sua gestão R$ 34 milhões foram gastos de forma ilícita e sem o seu conhecimento?
O povo de Porto Alegre quer saber!
Estamos de olho! (*) Silvana Conti é lésbica, feminista, vice-presidenta da CTB/RS e Mestra em Políticas Sociais UFRGS/RS.