Matéria de Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual (RBA), publicada neste sábado (15/5), revela que o Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME, na sigla em inglês), da Universidade de Washington, calcula que já passa de 7,2 milhões o número mortes pela covid-19 em todo o mundo e 630 mil óbitos apenas no Brasil, 46% a mais que os dados divulgados oficialmente no país. Oficialmente, os registros indicam 3,4 milhões de mortes em todo o mundo e aproximadamente 432 mil no Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde. O instituto também calcula que o número diário de mortes decorrentes de covid-19 pode ser 141% maior do que informado oficialmente. A cada dia são notificadas 12,6 mil mortes, porém os pesquisadores apontam que na realidade seriam 30,5 mil óbitos diários no mundo .
De acordo com o IHME, o número real de mortes diárias causadas pela covid-19 teria chegado a 4.174, no pior momento da pandemia, no dia 11 de abril. Hoje, a estimativa de mortes diárias seria de 3.141. O número atual estimado pelos pesquisadores é 42,6% maior do que o número registrado oficialmente pelo Ministério da Saúde, que é de 2.201 óbitos. A pesquisa revela que na primeira semana de maio foram registradas 217.308 óbitos por covid-19, sendo esta a principal causa de morte em todo o mundo. A segunda causa de morte foi a doença isquêmica do coração, que leva ao infarto, com 175.727 mortes registradas; e o acidente vascular cerebral (AVC), que no mesmo período computou 126.014 óbitos no mundo.
ÍNDIA TEM MAIOR NÚMERO DE MORTES DIÁRIAS
Os pesquisadores do IHME informam que mudaram a forma de medir as mortes por covid-19, considerando diversos fatores de variação entre os países, de forma que conseguissem chegar mais perto do número real. “A capacidade de teste varia acentuadamente entre os países e dentro dos países ao longo do tempo, o que significa que as mortes por covid-19 no mundo relatadas como uma proporção de todas as mortes devido a covid-19 também variam. Além disso, em muitos países de alta renda, as mortes por covid-19 em indivíduos mais velhos, especialmente em instituições de longa permanência, não foram registradas nos primeiros meses da pandemia”, informam.
Eles explicam ainda que a mortalidade excessiva na pandemia deve ser avaliada em relação a seis fatores de mortalidade por todas as causas relacionados a ela. Esses fatores são: a taxa total de mortalidade por covid-19, ou seja, todas as mortes diretamente relacionadas à infecção; o aumento da mortalidade por adiamento dos cuidados de saúde necessários durante a pandemia; o aumento da mortalidade devido a transtornos de saúde mental, uso de álcool e outras drogas; e reduções na mortalidade devido a diminuições em acidentes por mobilidade, contaminações por outros vírus e portadores de doenças crônicas que morreram antes do esperado por conta da covid-19.
PROJEÇÕES DE MORTES Além das estimativas de mortalidade real da pandemia de covid-19, os pesquisadores também fazem projeções para os próximos meses. E os números não são nada animadores. Seguindo a situação atual, o IHME projeta que o mundo chegará a 1º de setembro com 9,4 milhões de mortes pela covid-19. No pior cenário, o número pode chegar a 10,3 milhões. No Brasil, as projeções indicam que haverá 806 mil mortes por covid-19 até 1º de setembro. Em um cenário pior, o número de pessoas vitimadas pela doença poderia chegar a 940 mil. Nessa projeção, o Brasil só ficaria atrás da Índia e dos Estados Unidos. Para o primeiro, a projeção, no mesmo cenário atual, indica que o país chegará a quase 1,5 milhão de mortes, no mesmo período. Já os Estados Unidos, a 948 mil.