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Marcha e atos em defesa da democracia relembram os 60 anos do golpe civil militar de 1964 no Brasil


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Uma marcha em defesa da democracia, na segunda-feira do dia 1º de abril, marcará os 60 anos do golpe civil militar, que resultou em 21 anos de ditadura e opressão no Brasil. Os governos militares foram responsáveis pela morte ou desaparecimento de mais de 400 opositores ao regime, além de milhares de casos de presos submetidos a violações de direitos e bárbaras sessões de torturas em aparelhos clandestinos ou nos porões dos quartéis espalhados pelo país.


Está programada uma manifestação em Juiz de Fora, Minas Gerais, cidade de onde partiram as tropas da 4ª Região Militar, com destino ao Rio de Janeiro, com objetivo de derrubar o governo do então presidente João Goulart. Na época, as tropas eram comandadas pelo general Olympio Mourão Filho, em conluio com o governador mineiro Magalhães Pinto e empresários conservadores e de extrema-direita.


O ato terá a presença de familiares do ex-presidente João Goulart - d. Maria Tereza e os filhos Denise e João Vicente. Também está prevista a presença do histórico sindicalista Clodsmidt Riani, hoje com 103 anos de idade e que foi um dos presidentes do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). A organização, que foi fundada em 1962, durante o IV Congresso Sindical Nacional dos Trabalhadores em São Paulo, permaneceu ativa durante o governo de Jango e foi desarticulada após o golpe de 1964.


No dia 1 de abril, a Marcha da Democracia deixará o Rio de Janeiro rumo a Juiz de Fora, em uma rota no sentido contrário ao feito em 1964 pelas tropas de Mourão. A caravana terá a presença de lideranças sindicais, intelectuais, familiares e representantes de perseguidos pelo golpe, junto com entidades do movimento social. O objetivo dos organizadores é relembrar o golpe e as consequências dos 21 anos de ditadura no país e também alertar a sociedade para os riscos de ações como foram as do dia 8 de janeiro de 2023.


Paradas simbólicas

A Marcha da Democracia fará duas paradas para atos simbólicos em memória aos mais de 50 mil perseguidos políticos dos 21 anos da ditadura. A primeira será em Petrópolis, na chamada Casa da Morte, um dos maiores centros de tortura de pessoas executadas e desaparecidas, descoberta a partir do movimento pela anistia e graças à persistência e luta da única sobrevivente do lugar, Inês Etienne Romeu (1942-2015). O prédio será tombado pelo patrimônio histórico e o local será transformado em um Centro de Memória.


A segunda parada será sobre a ponte do Rio Paraibuna, na antiga divisa do Rio com Minas Gerais, nos municípios de Levy Gasparian (RJ) e Simão Pereira (MG). Naquele fatídico abril de 64, as estruturas da ponte, foram preenchidas com dinamites pelas tropas do general Mourão, para inibir qualquer reação ao golpe. Nesta revisita ao local, haverá um ato em defesa da democracia e da paz, com a participação de estudantes da região.


Na terceira etapa, às 16 horas, todos se encontrarão na Praça Antônio Carlos em Juiz de Fora, em um grande ato público, com a presença de Teresa Goulart e familiares do sindicalista Riani, além de lideranças locais, regionais e nacionais como Nilmário Miranda, Assessor Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade, do Ministério dos Direitos Humanos.


Atos diversos

O movimento 60 Anos do Golpe – Democracia Sempre teve seu primeiro ato em dezembro de 2023, em uma grande manifestação na Usina de Cambayba, em Campos, no norte do Rio de Janeiro. Outros eventos ainda serão realizados pelo país, como o ato da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no dia 13 de março, no Rio de janeiro, reverenciando os primeiros personagens vitimados pelo golpe e lembrando o famoso discurso de Jango na Central do Brasil.


Participam da organização do evento do dia 1º de abril a Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, representantes das vítimas da ditadura, partidos políticos, sindicatos, o MST, a ABI, o CDDH de Petrópolis, o deputado federal Reimont (PT/ RJ), a deputada estadual Marina do MST (PT/RJ), a Prefeitura de Juiz de Fora, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), diversas secretarias estaduais e municipais de Direitos Humanos e o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

 
 
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