Cartunistas gaúchos criticam atuação do "Estado Mínimo" na enchente de maio com a obra gigante "Nau dos insensatos"

Com sete metros de comprimento por três metros de altura, a obra “Nau dos Insensatos - O Naufrágio do Estado Mínimo” é resultado de um trabalho de dois meses do grupo de cartunistas da Associação de Artistas Gráficos do RS (Grafar). O tamanho do quadro corresponde à dimensão e à gravidade das enchentes que atingiram o estado, em maio deste ano, devastando cidades inteiras. A exposição estará aberta ao público a partir do dia 5 de setembro, na sede da FETRAFI-RS, em Porto Alegre. Durante cinco dias, a Nau dos Insensatos - O Naufrágio do Estado Mínimo’ estará à disposição do público. A obra faz uma crítica ácida à doutrina liberal do estado reduzido e a omissão do poder público em momento trágico da história dos gaúchos. A enchente que atingiu o estado em maio deste ano devastou cidades inteiras e levou junto a dignidade e a segurança dos gaúchos, sujando o pampa verde e vivo com barro e a lama fedorenta que pertenciam ao fundo dos rios. A Nau dos insensatos surgiu nesse exato momento de desespero, quando a água turva da enchente era uma das poucas certezas nas casas dos gaúchos. Os cartunistas que participaram da obra colocaram ali reflexões, questionamentos e denúncias. A exposição é a demonstração do papel político da arte na construção da memória enquanto ela ainda acontece. Além da obra gigante, a exposição terá 60 cartuns em formato A3, assinados por outros artistas do RS, e um vídeo de cinco minutos, que contém um manifesto de autoria do escritor gaúcho Ernani Ssó.

Com curadoria do cartunista Schroder, a ‘Nau dos insensatos’ conta com a participação de Edgar Vasques, Santiago, Bier, Hals, Kayser Fabiane Langona, Uberti, Bruno Ortiz e Eugênio Neves. Os cartunistas também participam do jornal de humor O GRIFO, que circula online há quatro anos. A exposição é produzida pelo GRIFO, com apoio da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul e irá percorrer o estado nos próximos meses.