
As manifestações pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro estão crescendo em todo o Brasil. Neste fim de semana, foram realizados protestos tanto por grupos identificados com as políticas de direita, quanto pelos opositores de esquerda. No sábado (23/1), os manifestantes vestiram vermelho, colocaram suas bandeiras e faixas nos automóveis e foram às ruas em várias cidades do país, para pedir o fora Bolsonaro, formando grandes carreatas organizadas pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. Já no domingo (24/1), o amarelo foi a cor predominante nas carreatas organizadas pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e de o Vem Pra Rua, grupos que apoiaram a eleição do atual presidente, mas se decepcionaram e agora querem o seu impeachment. As carreatas são manifestações com menor risco de contágio da covid-19.
No sábado, as manifestações contra Bolsonaro agitaram as capitais dos 26 estados, além de Brasília e de diversas outras cidades do interior do Brasil. As carreatas com maior número de automóveis e de participantes foram realizadas em Salvador, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Brasília e Porto Alegre. Mas os protestos de Curitiba, Belo Horizonte, Belém, Aracaju, Campo Grande, Teresina, São Luís, Florianópolis, Vitória, Manaus, Natal, Goiânia, Fortaleza, Cuiabá e Maceió também deram visibilidade ao movimento que pede o "o fora Bolsonaro e pela vacina já". Em Porto Velho, João Pessoa, Macapá, Rio Branco, Palmas e Boa Vista, os atos foram menores, mas os buzinaços e os gritos contra o presidente mostraram que a imagem de Bolsonaro está desgastada.
No domingo, foram registradas manifestações contra Bolsonaro em São Paulo e no Rio de Janeiro.


CRESCE REJEIÇÃO A BOLSONARO
Na sexta, o Datafolha divulgou pesquisa que mostra que a rejeição a Bolsonaro disparou e o impeachment ganha força, principalmente por conta do novo colapso do sistema de saúde de Manaus, que registrou mortes de pacientes por falta de oxigênio. As carreatas de esquerda e de direita demonstram que a situação do presidente não é nada confortável. O risco de Bolsonaro ser deposto aumenta a cada dia, em função do atraso para comprar vacinas e para dar início à vacinação no país.
A gestão Bolsonaro foi avaliada como ruim ou péssima por 40% dos entrevistados ante 32% de que considerava isso na sondagem anterior. A reprovação do governo Jair Bolsonaro inverteu a curva e voltou a superar a aprovação, segundo pesquisa Datafolha divulgada no final da tarde desta sexta-feira (22/1), em meio ao agravamento da crise de gestão da pandemia de Covid-19. Segundo o levantamento, a gestão Bolsonaro foi avaliada como ruim ou péssima por 40% dos entrevistados ante 32% de que considerava isso na sondagem anterior, do início de dezembro.
O governo do presidente foi considerado ótimo ou bom por 31% no novo levantamento contra 37% na pesquisa anterior. Essa é a maior queda da aprovação de Bolsonaro desde o começo do governo, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo. A avaliação regular do governo ficou em 26% ante 29% do levantamento de dezembro.

A pesquisa foi realizada após o início da vacinação contra Covid-19 no Brasil no domingo, após o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado o uso emergencial das vacinas CoronaVac e AstraZeneca-Oxford contra Covid-19. Contudo, a imunização no país começou com a CoronaVac, liderada pelo desafeto do presidente, o governador paulista, João Doria (PSDB). E nos últimos dias o número de mortes e casos de Covid-19 ganhou um impulso no país.
Do último levantamento para cá, houve também o encerramento do pagamento do auxílio emergencial a pessoas durante a pandemia. A sondagem foi feita pelo telefone entre os dias 20 e 21 de janeiro, com 2.030 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e Estados do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.