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BOLSONARO E MELO NA MESMA TOADA

por Silvana Conti (*)

A fome e a miséria são consequências sociais nefastas de projetos políticos que cumprem a cartilha do capital. Com Bolsonaro temos o kit do mal completo: Um governo ultraliberal na economia e conservador nos costumes.


Vivemos uma crise política, sanitária, institucional e civilizatória de grandes proporções, e com esta lamentável constatação fica explícito que quem está pagando a conta da pandemia é o povo brasileiro.


Estamos na antessala da barbárie, das desigualdades de gênero, de classe e de raça. Todas as pessoas, mais especialmente as mulheres e mulheres negras, vivem nesta pandemia, a exacerbação do desamparo.


O governo violento que tem uma agenda pautada na necropolítica e no negacionismo, tem levado o povo brasileiro ao fundo do poço. O desamparo, o sofrimento e desalento com as quase 400 mil mortes, a desesperança e o aumento da violência em todas as suas nuances, são o retrato falado do momento tão duro que vivemos.


Vivemos num Brasil e numa Porto Alegre de grandes contrastes, onde o prefeito Melo com atitudes negacionistas, se aproxima do presidente Bolsonaro.


O prefeito faz sua gestão sinalizando privatizações de serviço público, atacando os direitos dos(as) municipários(as) com uma reforma da previdência que atingirá inclusive nós aposentadas(os). Porto Alegre passa fome, tem alto índice de mortes e contaminação por COVID, e o prefeito coloca em primeiro lugar a economia, deixando as vidas ao sabor da sorte, do vento e das tempestades.


O negacionismo referente à ciência e a falta de diálogo esvaziou o Conselho Multissetorial para o Enfrentamento à covid (Comue-Covid). Na Câmara Municipal a impossibilidade de diálogo com a base do Governo faz a cidade sofrer derrotas cotidianas.


Temos o país e a capital gaúcha vivendo grandes e profundas contradições, onde os pobres ficam cada vez mais pobres, e ricos cada vez mais ricos. O abismo social entre as classes é um fator que escancara e expõe o quanto o sistema capitalista é perverso, voraz, desumano e seletivo. A barbárie está na ordem do dia.


Avalio que a fome seja uma violência extrema, com requintes de crueldade, pois é o resultado de um projeto político organizado, planejado, e desenvolvido com toda força, portanto um projeto de morte.


De acordo com o ranking anual da revista Forbes, houve uma explosão no número de bilionários no ano em que o mundo foi assolado pela covid-19. A lista registrou um recorde de 493 novatos, ou seja, um bilionário a mais a cada 17 horas.


No Brasil, a quantidade de bilionários foi de 45 para 65, com um aumento de patrimônio total de 72%: de 127,1 para 219,1 bilhões de dólares.


A fome atingiu 9% da população, a maior taxa desde os 9,5% de 2004. Em 2018, eram 10,3 milhões de brasileiros(as) nessa situação. É grotesco que no período da pandemia enquanto milhões de pessoas passam fome, o número de bilionários tenha aumentado. Este resultado absurdo dialoga com o projeto nefasto que nos foi apresentado desde o golpe de 2016.


A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional apontou em pesquisa (04/2021), que o país somou 19 milhões de pessoas que passaram fome em um universo de entorno 117 milhões que conviveram com algum grau de insegurança alimentar (não tendo acesso pleno e permanente à comida), que não sabem se irão comer no dia de amanhã.


Em relação ao auxílio emergencial, em 2020, atingiu 67 milhões de beneficiários(as) com o valor de 600 reais. Mulheres e homens conseguiram dar comida para suas famílias, foi mantida a vitalidade da economia e salvas muitas empresas. O valor em vigência, de R$ 150 a R$ 375, não é suficiente para as despesas, e serão atingidos(as) apenas 45 milhões de beneficiários(as).


Segundo o DIEESE O valor do Auxílio Emergencial diante da Cesta Básica de Porto Alegre (R$ 623,37), não terá a menor condição de garantir segurança alimentar. Por isso, pode-se considerar que este Auxílio é de fome.


Considero importante destacar alguns dados que expressam a dura realidade de quem mais sofre com a fome e a insegurança alimentar. Mesmo que já saibamos, sempre é muito importante destacar, a pobreza extrema tem gênero e cor: As mulheres periféricas, chefas de família, negras e com baixo nível de escolaridade, continuam sendo as principais atingidas pelas vulnerabilidades sociais e pela fome.


As Casas com crianças de até 4 anos apresentam índices de insegurança alimentar ainda mais críticos do que a média nacional: 29,3% destes domicílios comem em quantidade e qualidade ideal, enquanto 70,6% vivem algum nível de insegurança alimentar. São 20,5% aqueles(as) que passam fome.


A fome está presente em 25,5% das casas chefiadas por mulheres, quase o dobro da encontrada em domicílios em que a pessoa de referência é um homem, que representa 13,3%. Quando a pessoa é negra, a insegurança sobe para 67,5%.


Tenho convicção que precisamos seguir fazendo as cobranças necessárias aos governos por políticas públicas urgentes, pois vivemos em uma guerra cotidiana, onde as mortes e a fome estão protagonizando nosso dia a dia.


Par e passo as denúncias, estamos na construção de ações concretas de solidariedade, pois temos um compromisso com o povo de Porto Alegre.


Não vamos desistir e nem vão nos calar!

Vacinas para todos e todas!


Reabertura das unidades de Saúde, chamamento de concursados e readmissão dos profissionais do IMESF!


Auxílio Emergencial Municipal priorizando mulheres chefas de família e trabalhadores(as) informais afetados(as) pela pandemia!


Abertura emergencial de linha de microcrédito municipal para micro e pequenos(as) empreendedores(as) afetados(as) pela pandemia e garantia dos empregos dos(as) trabalhadores(as)!


Transporte público: garantia de todos os protocolos de segurança para o funcionamento dos ônibus e lotações, além da preservação dos empregos dos trabalhadores(as) do transporte que sofrem ameaças de demissão e extinção.


Seguiremos em alto e bom som gritando:

Enquanto eles gritam morte, nós gritamos vida.


Fora Bolsonaro!


Enquanto eles gritam ódio, a gente grita amor.


(*) Silvana Conti é vice–presidenta da CTB/RS, pertence à Direção Nacional da UBM e é mestranda em Políticas Sociais UFRGS/RS.

 
 
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