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Argentinos organizam agenda de protestos contra o governo ultraliberal de Javier Milei

O plano “motosserra” de corte de gastos para enfrentar a recessão promovido pelo atual governo tem cobrado um custo demasiadamente alto à população argentina. De acordo com previsões do FMI, o PIB dos hermanos deverá registrar retração de 2,8% em 2024.


Desde a posse do presidente Javier Milei, em dezembro, foram introduzidas uma série de medidas de desregulamentação. O superávit das contas públicas está sendo obtido com o adiamento de pagamentos. Os cortes sociais e de gastos públicos estão reunidos no Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) 70 e o Projeto de Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, chamada resumidamente de Lei Ônibus. Um calendário de lutas para fazer oposição ao projeto ultraliberal do atual governo está sendo programado para os próximos meses. No dia 23 de abril, os trabalhadores farão marcha em defesa da educação pública da Argentina. O 1º de maio, Dia do Trabalhador, será marcado por mobilizações em todas as províncias, com divulgação de um documento com as reinvindicações da população. A Confederação Geral do Trabalho (CGT) aprovou, na noite de quinta-feira (11), por unanimidade, uma nova greve geral, por 24 horas, confirmada para o próximo dia 9 de maio.

Será a segunda greve geral dos trabalhadores argentinos em apenas quatro meses. Em 24 de janeiro, uma multidão tomou as ruas do país contra as medidas de Milei. “O impacto causado pelo ajuste de preços e tarifas que está sendo realizado com o único objetivo de reduzir os salários, apenas nos leva a um processo recessivo inaceitável. Por esse motivo, tomamos a decisão de convocar uma greve de 24 horas em 9 de maio”, afirmou o dirigente sindical Héctor Daer.

Milei alega que as políticas de ajustes são necessárias para organizar as finanças públicas e as dívidas do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que é de US$ 44 bilhões. No início de abril, a porta-voz do FMI, Julie Kozack, classificou como “impressionante” os supostos progressos que o presidente vem obtendo na condução da economia argentina. "Em janeiro e fevereiro, a Argentina registrou superavit fiscal pela primeira vez em mais de uma década. Além disso, a inflação está caindo e as reservas internacionais, subindo", argumentou Kozack. No entanto, a Confederação Argentina de Médias Empresas (Came), afirma que o superávit de Milei é picaretagem. A venda de medicamentos, por exemplo, sofreu queda de 42,4% nos dois primeiros meses do ano. Já os dados do Observatório da Dívida Social, da Universidade Católica Argentina (UCA), mostram que a taxa de pobreza no país passou de 49,5% para 57,4%, atingindo seu patamar mais elevado desde 2004.

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