Não bastassem as inexplicáveis operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizadas principalmente nas estradas do Nordeste do Brasil, durante as eleições do último domingo (30/10), caminhoneiros bolsonaristas descontentes com o resultado das urnas estão bloqueando estradas em diversos pontos do país. Até o final da tarde de segunda-feira (31), foram identificados mais de 100 pontos de protestos na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins, Amazonas, Acre, Roraima e Maranhão.
Durante as eleições, o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, publicou vídeo em suas redes sociais em que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) faz uma barricada para impedir eleitores nordestinos de votar. “’Se tiver muita gente de vermelho [no transporte] eles estão parando’, relatou uma mulher.
No começo da tarde de domingo, o policial rodoviário federal Adalberto Alfredo Schumann comemorou os bloqueios de eleitores petistas no Nordeste em um grupo de WhatsApp composto de agentes. Schumann postou uma foto de si mesmo, as chamadas “selfies”, e escreveu em seguida: “Ó a cara (sic) de alguém que está preocupado com as determinações do ministro”. A frase era uma referência a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, que impedia operações da PRF e de outras Grupos de caminhoneiros bolsonaristas começaram a fechar rodovias em ao menos 18 estados contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República. Os bloqueios se iniciaram horas após o anúncio da vitória de Lula.
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal afirmou ter tomado, desde domingo, todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo. No fim da manhã desta segunda, a corporação informou que vai à Justiça para liberar as vias e que iniciou negociação com os manifestantes. A PRF informou que já acionou a Advocacia-Geral da União (AGU), que representa órgãos do governo em ações judiciais, para apresentar os pedidos à Justiça Federal.
"A PRF encontra-se em todos os locais identificados com efetivo mobilizado nos pontos de bloqueio e permanece trabalhando pelo fluxo livre nas rodovias federais, visibilizando-se o escoamento da produção, assim como o direito de ir e vir dos cidadãos, além de seguir monitorando de perto os locais com alta probabilidade de interdição", conclui nota da entidade.
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