MOURÃO CONQUISTA ESPAÇOS NO GOVERNO, ENQUANTO BOLSONARO SE DESGASTA COM DENÚNCIAS E CONFLITOS DE TOD
- Alexandre Costa
- 21 de fev. de 2019
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Enquanto o presidente Jair Bolsonaro se desgasta a cada dia com denúncias envolvendo sua campanha e a relação de seus filhos na política, o vice-presidente Hamilton Mourão vai conquistando espaços importantes no governo. Mourão anunciou nesta quinta-feira (21/2) que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, assumirá a coordenação de três comissões bilaterais, duas delas envolvendo parceiros comerciais importantes e ligados ao Brasil pelos BRICS. "Por orientação do presidente Jair Bolsonaro estou responsável pela coordenação de 3 comissões bilaterais: China , Rússia e Nigéria - paradas desde 2015. Vamos focar nos temas que mais possam contribuir para os interesses do Brasil", postou no Twitter.
Se Mourão mostra diplomacia para tratar das questões internacionais, o mesmo não acontece com o presidente Bolsonaro, que se mostra totalmente inábil nas relações internacionais, empurrando o Brasil para um conflito com a Venezuela. Desde o início do governo, Mourão vem recebendo diplomatas e empresários de diversos países, incluindo chineses. O vice-presidente brasileiro já havia revelado que deve visitar a China – maior parceiro comercial do país – ainda neste primeiro semestre, a fim de aumentar a interlocução com o governo. Já a Rússia é o maior parceiro comercial do Brasil no Leste Europeu, tendo recebido US$ 1,6 bilhão em exportações brasileiras em 2018.

Além de ganhar maior prestígio no governo, Mourão também ganha peso na interlocução de Bolsonaro com dois países com os quais fez referências polêmicas. Na campanha eleitoral, criticou a China por querer "comprar o Brasil", enquanto declarou ter visto com preocupação os exercícios militares russos na Venezuela, em apoio ao presidente Nicolás Maduro. Durante a visita de Bolsonaro a Davos, na Suíça, por conta do Fórum Econômico Mundial (FEM), o presidente fez movimentos em direção ao governo do presidente ucraniano Pyotr Poroshenko - um crítico ativo do Kremlin.