
Um ano depois do impeachment que retirou Dilma Rousseff da Presidência da República, o Brasil vive uma das piores crises financeiras e um dos períodos de maior retrocesso em relação aos direitos sociais e trabalhistas. Acusada de praticar manobras contábeis, conhecidas por “pedaladas fiscais”, o afastamento de Dilma faz parte de um golpe contra a democracia, contra a soberania nacional e principalmente contra a parcela mais pobre da população. Com apoio dos setores mais conservadores do país, amparados pelos grandes grupos de comunicação e com a cumplicidade de um judiciário parcial e cego em relação às leis e aos critérios técnicos, o golpe se transformou em um dos mais vergonhosos capítulos da nossa história.
Naquele dia triste, 31 de agosto de 2016, os senadores decidiram afastar definitivamente a presidente do cargo, por 61 votos favoráveis e 20 contrários. Um ano após o golpe que retirou a presidente eleita com mais de 54 milhões de votos na eleição de 2014, o Brasil é comandado por Michel Temer, o vice de Dilma e um dos principais articuladores do impeachment, que tem contra si inúmeras provas em casos de corrupção. O afastamento de Dilma faz parte de uma estratégia política de apropriação do poder por meio de um golpe de Estado, encerrando um ciclo democrático e de desenvolvimento social no país, amparado pelo resultado das urnas através do voto direto em 2002, 2006, 2010 e 2014.
Na noite de 3 de julho de 2016, Dilma Rousseff esteve na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, e fez um pronunciamento alertando os brasileiros sobre as causas e as conseqüências do golpe.