As temperaturas baixas não impediram que milhares de pessoas participassem do protesto contra o presidente interino Michel Temer, no início da noite da sexta-feira (10/6), em Porto Alegre. Assim como em outros 17 estados do Brasil, a mobilização, organizada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, começou por volta das 17h, na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre. Os manifestantes exigem o retorno da presidenta Dilma Rousseff (PT), afastada em 12 de maio após admissibilidade de processo de impeachment no Senado. Ao longo do dia, várias cidades no exterior também contaram com atos em defesa da democracia.
Os protestos foram convocados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem dezenas de movimentos sociais. Além das capitais, muitas cidades do interior são palcos de protestos pedindo a saída de Temer da presidência. Nas rede sociais, a hashtag #ToNaRuaForaTemer figura entre os assuntos mais comentados do país no Twitter. Em Porto Alegre, a manifestação saiu da Esquina Democrática, percorreu ruas do centro, seguindo para a Cidade Baixa e encerrando no Largo Zumbi dos Palmares, entre as ruas José do Patrocínio e Sarmento Leite. Os manifestantes já anunciaram que na próxima quarta-feira, dia 15 de junho, haverá novo protesto contra o golpe e o governo interino de Michel Temer.
“O presidente ilegítimo e golpista Michel Temer não esconde o que estava por trás do afastamento ilegal da presidenta Dilma Rousseff: reforma da Previdência, arrocho nos direitos dos trabalhadores, desvinculação do orçamento da Educação e Saúde, suspensão de programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, Fies, Prouni e Pronatec, criminalização e perseguição dos movimentos sociais”, diz nota de convocação dos atos. Pará, Amazonas, Pernambuco, Goiás, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Tocantins, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Paraíba, Minas Gerais, Piauí, Alagoas, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul contam com manifestações no que as entidades chamam chamam de Jornada Nacional de Lutas.
MEDO DE VAIS FAZ DO INTERINO
UM REFUGIADO EM SEU GABINETE
Refugiado em gabinetes palacianos, o presidente interino Michel Temer ainda não teve nenhuma agenda pública, temendo riscos de vaias e escrachos; durante esse tempo, ele já desistiu de ir ao enterro de Cauby Peixoto, de inaugurar o VLT do Rio e de ir ao Nordeste; além disso, ele fechou a rua da casa onde mora em São Paulo; é viável manter um presidente que se esconde do povo?; enquanto isso, protestos contra o peemedebista se multiplicaram no país, chegando ao ápice ontem quando manifestações pedindo "Fora Temer" ocorreram em 24 Estados e no Distrito Federal.