
A cada dia se torna mais evidente que o Brasil é vítima de um inescrupuloso golpe de estado, movido por interesses escusos de uma quadrilha que vem dilapidando o patrimônio público do país. Bandidos que usam a política para roubar, não apenas os cofres públicos mas também o que resta dos nossos sonhos e das esperanças de uma pátria, de uma nação, de um povo cansado de humilhações e desilusões. A multidão que tomou conta das ruas para pedir um basta à corrupção, em nome da moralidade na política e em defesa de um futuro digno para os seus filhos, se viu enganada. Vestidos com uniformes da seleção brasileira e ocupando espaços públicos de bairros nobres das principais cidades do país, acabaram engolidos pelo retumbante e perplexo silêncio.
Estão calados frente ao engodo protagonizado pelos setores mais conservadores da sociedade e em conluio com a grande mídia. A estratégia para destruir a honra e a dignidade de Dilma começou a ruir, justamente com a vergonhosa votação pelo impeachment, na Câmara. E o golpe se tornou mais visível ao Brasil com o vazamento de áudios de Jucá, até então o homem forte do presidente interino. A própria “mídia golpista” está estarrecida com os pedidos de prisão dos caciques do PMDB, feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Estão todos acuados e temerosos com a iminência de uma possível catástrofe e ao que já chamam de “caos parlamentar”.
Quem diria que a multidão que esbravejava e vociferava diante da corrupção acabaria sendo motivo de uma gigantesca chacota nacional. É de rir para não chorar! As amarelinhas ostentadas pela elite de espírito pobre desse nosso país eram tão falsas quanto os argumentos forjados para derrubar Dilma. O ingênuo protagonismo de aluguel acabou tornando-os vítimas de uma irônica mutação e uma nova nomenclatura. Não são mais “coxinhas” e sim “trouxinhas”, mas continuam coniventes com o golpe e tolerantes com os objetivos de Cunhas, Jucás, Renans e Sarneys.