Em reação ao chocante estupro coletivo de uma adolescente na última sexta-feira, no Rio de Janeiro, foi lançada nesta quinta-feira (26) a campanha #EstuproNuncaMais nas redes sociais. A partir de hoje, serão postados vídeos por 33 dias – número de homens que estupraram a jovem na capital fluminense – às 20h. O vídeo inicial, lançado nesta quinta-feira, tem a participação da atriz Leticia Sabatella.
Em Porto Alegre, diversas lideranças de movimentos de mulheres e ativistas sociais e feministas reuniram-se na Casa de Cultura Mario Quintana, no final da tarde do feriado desta quinta-feira, para registrar a manifestação em um vídeo para a campanha.
ONU MULHERES REPUDIA ESTUPRO COLETIVO E MANIFESTA SOLIDARIEDADE ÀS VÍTIMAS
Por meio de uma nota pública, a ONU Mulheres Brasil manifestou solidariedade as duas adolescentes vítimas de estupros coletivos no Brasil. No, caso mais recente uma jovem de 16 anos foi abusada sexualmente por cerca de 30 homens no Rio de Janeiro. O outro caso ocorreu em Bom Jesus, no Piauí, quando uma jovem foi estuprada por cinco homens. No comunicado, a ONU Mulheres pede as investigações incorporem a perspectiva de gênero nas investigações, no processo e no julgamento visando assegurar o "acesso à justiça e reparação às vítimas, evitando a sua revitimização". O texto faz, ainda um apelo à sociedade. "À sociedade brasileira, a ONU Mulheres pede a tolerância zero a todas as formas de violência contra as mulheres e a sua banalização", finaliza a nota.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro (DRCI) abriu investigação para apurar vídeo de um estupro coletivo, postado na quarta-feira (25) no Twitter. As imagens postadas na rede social mostram uma menina desacordada com órgãos genitais expostos e geraram indignação. No próprio vídeo um homem diz que “uns 30 caras passaram por ela”. Militantes feministas levaram o caso para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ)e foi feita uma denúncia anônima com o vídeo e capturas de tela das redes sociais.
A Ouvidoria do MP recebeu outras 800 comunicações. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o material será encaminhado para a 23ª Promotoria de Investigação Penal porque, segundo denúncias, a vítima pode estar desaparecida e é a promotoria que trabalha junto à Delegacia Anti-Sequestro (DAS). A conta que inicialmente divulgou o vídeo foi bloqueada do Twitter após uma série de denúncias. A Safernet, organização sem fins lucrativos dedicada à defesa e promoção dos direitos humanos na internet, pede que as imagens não sejam compartilhadas para não expor ainda mais a vítima, e diz que também está tomando providências.