
A pessoa que estufa o peito e se jacta hoje de ser de direita é herdeira das que exterminam indígenas desde 1500 no Brasil, das que escravizaram pessoas por 350 anos nas senzalas, lavouras, minas e casas grandes, exploraram operários, inclusive o trabalho infantil, em jornadas de até 12 horas diárias, submeteram as mulheres à violência da ordem patriarcal desde sempre para inclusive negar-lhes a condição de pessoa detentora de direitos.
Para manter privilégios, a direita no Brasil derrubou Jango no golpe militar de 1o de abril de 1964, impôs uma ditadura por 21 anos, em que roubou, perseguiu, censurou, prendeu, torturou, matou em nome da família, de deus e da liberdade.
Ser de direita no Brasil seria vergonhosa condição se a essas pessoas importasse vergonha e alguma consideração à vida e à humanidade da pessoa outra. (*) Adroaldo Bauer Corrêa é jornalista e escritor.