A reportagem publicada pelo UOL, nesta segunda-feira (15/3), sobre as rachadinhas revela que o desvio dos salários dos assessores era uma prática familiar do clã Bolsonaro. A quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas e empresas ligadas ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) indicam que a prática também ocorria nos gabinetes do pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quando este era deputado federal, e do irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Os dados apontam ainda a existência de transações financeiras suspeitas realizadas pela segunda mulher do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle.
A decisão do UOL, de publicar as informações nas suas reportagens, demonstra respeito com os leitores e responsabilidade com o próprio país, em função do evidente interesse público. O acesso que o jornalismo do UOL teve às quebras de sigilo, em setembro de 2020, como o próprio site explicou, "quando ainda não havia uma decisão judicial contestando a legalidade da determinação da Justiça fluminense, o que possibilitou a analise meticulosa das 607.552 operações bancárias distribuídas em 100 planilhas - uma para cada um dos suspeitos". O Superior Tribunal de Justiça anulou o uso dos dados resultantes das quebras de sigilos no processo contra Flávio, porém o Ministério Público Federal recorreu junto ao Supremo Tribunal Federal. As quatro reportagens publicadas nesta segunda-feira detalham uma série de operações suspeitas de assessores da família Bolsonaro.