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"THE INTERCEPT BRASIL" REVELA QUANTO A INDÚSTRIA BÉLICA DOS EUA LUCROU COM A GUERRA NO AFEGANISTÃO


Ilustração: Soohee Cho/The Intercept; Getty Images

O texto de Jon Schwarz sobre a guerra no Afeganistão, publicado nesta sexta-feira (20/8), no site "The Intercept Brasil", revela a perversidade da indústria bélica. O ex-produtor de pesquisa da Capitalism: A Love Story, que trabalhou para a Dog Eat Dog Films de Michael Moore, explica que a Guerra do Afeganistão não foi um fracasso, muito pelo contrário. Jon Schwarz pondera que da perspectiva de algumas das pessoas mais poderosas dos Estados Unidos, pode ter sido um sucesso extraordinário. Jon Schwarz apresenta informações sobre o retorno das cinco maiores empresas da indústria bélica dos EUA: Boeing, Raytheon, Lockheed Martin, General Dynamics e a Northrop Grumman.


"Se alguém comprou 10 mil dólares em ações divididas igualmente entre as cinco maiores empresas da indústria bélica dos Estados Unidos em 18 de setembro de 2001 – o dia em que o presidente George W. Bush assinou a Autorização para Uso de Força Militar em resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro – e reinvestiu religiosamente todos os dividendos, o valor agora chegaria a 97.295 dólares", escreveu Jon, completando que esse é um retorno muito maior do que o oferecido pela média do mercado de ações no mesmo período. Caso 10 mil dólares fossem investidos em um fundo do índice S&P 500 em 18 de setembro de 2001, hoje eles valeriam 61.613 dólares.


Ou seja, as ações da indústria bélica superaram o desempenho do mercado de ações em 58% durante a Guerra do Afeganistão. Além disso, dado que as cinco maiores contratadas pelo Departamento de Defesa fazem parte do índice S&P 500, isso significa que as demais empresas tiveram retornos menores do que a média do índice S&P. Schwarz cita o documentário de 2005 “Por que lutamos?” (Why We Fight), lembrando que vários analistas abordam essa questão e ressalto o alerta que o presidente Dwight Eisenhower fez sobre o complexo militar-industrial.


Confira alguma das citações, no texto de Jon Schwarz, publicado pelo The Intercept Brasil: Chalmers Johnson, acadêmico e ex-contratado pela CIA declara: “Garanto a você, quando a guerra se tornar lucrativa, teremos mais guerra.”


Um tenente-coronel aposentado da Força Aérea diz: “Os americanos que têm um filho ou uma filha que será enviado … eles olham para o custo-benefício e dizem: ‘Não acho que isso seja bom’.


Mas políticos que entendem as negociações, os contratos futuros, eles têm uma análise de custo-benefício diferente quando olham para a guerra.”


O texto publicado nesta sexta-feira, escrito por Jon Schwarz e traduzido por Antenor Savoldi Jr., reúne os números detalhados das principais empresas militares contratadas desde setembro de 2001. Todas, exceto a Boeing, recebem a grande maioria de suas receitas do governo dos Estados Unidos. De acordo com o The Intercept Brasil, todos os cálculos de retorno das ações foram feitos com a calculadora DRIP do Dividend Channel para o período de 18 de setembro de 2001 a 15 de agosto de 2021. Eles refletem os retornos brutos sem impostos e taxas, e não são ajustados pela inflação.

S&P 500

  • Retorno total: 516,67%

  • Retorno anualizado: 9,56%

  • Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 61.613,06 dólares

Cesta com as cinco principais ações de empresas contratadas

  • Retorno total: 872,94%

  • Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001 (2 mil dólares de cada empresa): 97.294,80 dólares

Boeing

  • Retorno total: 974,97%

  • Retorno anualizado: 12,67%

  • Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 107.588,47 dólares

  • O conselho inclui: Edmund P. Giambastiani Jr. (ex-vice-presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA), Stayce D. Harris (ex-inspetor-geral da Força Aérea dos EUA), John M. Richardson (ex-chefe da Marinha de Operações Navais dos EUA)

Raytheon

  • Retorno total: 331,49%

  • Retorno anualizado: 7,62%

  • Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 43.166,92 dólares

  • O conselho inclui: Ellen Pawlikowski (general aposentada da Força Aérea dos EUA), James Winnefeld Jr. (almirante aposentado da Marinha dos EUA), Robert Work (ex-secretário adjunto de Defesa dos EUA)

Lockheed Martin

  • Retorno total: 1.235,60%

  • Retorno anualizado: 13,90%

  • Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 133.559,21 dólares

  • O conselho inclui: Bruce Carlson (general aposentado da Força Aérea dos EUA), Joseph Dunford Jr. (general aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA)

General Dynamics

  • Retorno total: 625,37%

  • Retorno anualizado: 10,46%

  • Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 72.515,58 dólares

  • O conselho inclui: Rudy deLeon (ex-vice-secretário de Defesa dos EUA), Cecil Haney (almirante aposentado da Marinha), James Mattis (ex-secretário de Defesa dos EUA e ex-general dos Fuzileiros Navais), Peter Wall (general britânico aposentado)

Northrop Grumman

  • Retorno total: 1.196,14%

  • Retorno anualizado: 13,73%

  • Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 129.644,84 dólares

  • O conselho inclui: Gary Roughead (almirante aposentado da Marinha dos EUA), Mark Welsh III (general aposentado da Força Aérea dos EUA)

 
 
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