Com o crescimento do número de mortes e de novos casos de coronavírus, a segunda onda da covid-19 no Brasil poderá ser ainda mais intensa, em função das festas de natal e de ano novo e do relaxamento em relação às medidas de distanciamento. Infectologistas brasileiros alertam para o risco de uma explosão de casos da doença, em janeiro. Ainda que os estados determinem medidas para evitar as aglomerações, a população demonstra ter um baixo nível de conscientização. Os números divulgados nesta quarta-feira (9/12), pelo consórcio de veículos de imprensa e que foram atualizados às 13h, indicam que o Brasil tem 178.295 mortes por coronavírus, além de 6, 6 milhões de casos confirmados. DADOS DE TERÇA-FEIRA (8/12)
Total de mortes: 178.184
Registro de mortes em 24 horas: 796
Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 617 (variação em 14 dias: +31%)
Total de casos confirmados: 6.675.915
Registro de casos confirmados em 24 horas: 47.850
Média de novos casos nos últimos 7 dias: 41.056 por dia (variação em 14 dias: +31%) (Antes do balanço das 20h, o consórcio divulgou um boletim parcial às 13h, com 177.400 mortes e 6.630.949 casos confirmados.)
ESTADOS
Subindo (17 estados + o DF): PR, RS, SC, ES, MG, SP, DF, MS, MT, AP, RO, TO, BA, CE, PB, PE, RN e SE
Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (6 estados): RJ, AC, PA, RR, AL e PI
Em queda (3 estados): GO, AM e MA
Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás. Vale ressaltar que há estados em que o baixo número médio de óbitos pode levar a grandes variações percentuais. Os dados de médias móveis são, em geral, em números decimais e arredondados para facilitar a apresentação dos dados.
INFECTOLOGISTAS ALERTAM O infectologista Valdez Ramalho Madruga acredita que é há posicionamentos diferentes entre estados, municípios e União. “Tem governador que mandou cancelar evento mas em contrapartida, prefeito querendo manter, enquanto isso, o presidente não se pronuncia e faz descaso com a doença.... a população fica sem saber a quem obedecer”, ponderou Madruga ao site Uol.
Já para a infectologista Eliana Bicudo, que trata pacientes com Covid-19, falta postura e liderança para as autoridades principais do país. Ela teme ainda que se cada estado fizer o Natal e Réveillon do seu jeito, poderá haver um colapso. “Chegou a ter calmaria em outubro e novembro, agora temos um boom de Covid-19 novamente, como foi em junho e julho; precisamos centralizar diretrizes para que os estados as cumpram”, disse a médica que trata pacientes com coronavírus.
O infectologista Leonardo Weissmann também é do time de precaução e acredita que as festas de fim de ano devam ser diferentes do tradicional. “A gente sabe que é um momento de confraternização familiar, mas não existe Natal e réveillon ou horário restrito ao vírus”, comentou. Ele defende ainda que, para evitar disseminação do vírus, o Brasil adote algumas restrições até de locomoção e lembra: “a pandemia chegou ao Brasil pelos aeroportos das grandes cidades e se interiorizou por meio das rodovias”.