O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, afirmou que o cadáver que aparece em um vídeo postado pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) nesta terça-feira (18/2) não pode ser do ex-PM Adriano da Nóbrega, pois as imagens não foram feitas nas instalações oficiais do Instituto Médico-Legal. O vídeo, segundo Barbosa, foi postado para trazer algum tipo de dúvida, de questionamento, a um trabalho que ainda não foi concluído. Conforme o secretário de Segurança, Flávio Bolsonaro tentou reforçar sua tese de que o ex-chefe da milícia Escritório do Crime teria sido torturado na operação que o matou no início do mês. O senador, filho do presidente Jair Bolsonaro, escreveu que a “Perícia da Bahia (governo PT), diz não ser possível afirmar se Adriano foi torturado. Foram 7 costelas quebradas, coronhada na cabeça, queimadura com ferro quente no peito, dois tiros a queima-roupa (um na garganta de baixo p/cima e outro no tórax, que perfurou coração e pulmões”.
De acordo com Barbosa, a única perícia oficial do corpo do miliciano aponta que ele foi morto por dois tiros de fuzil, disparados a, no mínimo, um metro e meio de distância, e o exame descarta que Adriano da Nóbrega tenha sido alvo de queimaduras ou coronhadas, como sugere o filho do presidente. "Nós temos ainda um prazo para concluir a nossa investigação. Nós fomos instigados a comentar o resultado da perícia, e foi claramente indicado pelo perito que não havia sinais de execução, nem sinais de tortura no corpo que foi avaliado”, completou o secretário. O diretor do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, Mário Câmara, por sua vez, disse que foi surpreendido pelas imagens postadas por Flávio Bolsonaro e que não é possível analisar um vídeo que não foi autenticado pela perícia.