A última edição da revista Veja traz uma matéria sobre a morte de Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope, que coloca em xeque a versão de "troca de tiros", apresentada pela Polícia. A reportagem revela a existência de uma série de indícios de que Adriano foi torturado antes de ser executado, no domingo (9/2), no estado da Bahia. Além das contradições dos policiais que participaram da operação, a revista solicitou uma avaliação do médico legista Malthus Fonseca Galvão, professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-diretor do Instituto Médico Legal do Distrito Federal, sem que o mesmo tivesse conhecimento da identidade do morto.
Leia um trecho publicado por Veja sobre a avaliação do médico legista:
O segundo ponto destacado pelo médico legista é uma marca que aparenta ser um tiro na região do pescoço. “Pode ter sido um disparo após a vítima ter caído no chão, porque a imagem me sugere ser de baixo para cima, da direita para a esquerda, em quase 45 graus. Esse disparo pode ser o que o povo chama de ‘confere’”, afirmou. Confere é o famoso tiro de misericórdia, efetuado quando não há a intenção de salvar a pessoa baleada. Galvão também destacou uma marca cilíndrica cravada no peito do corpo. “Tem muita chance de ser a boca de um cano longo após o disparo, quente, sendo encostada com bastante força por mais de uma vez. Nesse momento, ele estava vivo, com certeza, porque está vermelho em volta. É uma reação vital.”
O professor Malthus Fonseca Galvão observou que o corte na cabeça pode ter sido corte provocado por um facão, um machado ou um choque com a quina de uma mesa. De acordo com informações de pessoas próximas a Adriano da Nóbrega, ele teria sido torturado antes de morrer. O machucado na cabeça, por exemplo, teria sido resultado de uma coronhada de pistola.