RELATÓRIO DA ONG GLOBAL WITNESS CONCLUI QUE BRASIL É O PAÍS QUE MAIS MATA AMBIENTALISTAS NO MUNDO
- Alexandre Costa
- 5 de out. de 2022
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O site da Mídia Ninja publicou matéria sobre a violência praticada contra ambientalistas, líderes de comunidades tradicionais e ativistas sociais em todo mundo, a partir de um relatório da ONG Global Witness. O documento revela que um ativista é morto a cada dois dias no planeta e que 20% dessas mortes ocorreram no Brasil, o país com maior número de ocorrências. Durante dez anos, a organização mapeou 1.733 mortes, sendo 342 delas em solo brasileiro e uma cada três destas pessoas era indígena ou afrodescendente. As mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips ainda não foram contabilizadas porque não estão incluídos os dados de 2022, que são repassados por meio de parceria entre organizações, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Além desse triste diagnóstico, de acordo com o relatório 85% desses ataques letais ocorreram na Amazônia, em ambientes ocupado pelo crime organizado, seja pelo narcotráfico, extração ilegal de madeira, garimpo o tráfico de animais, entre outros crimes. Só no ano passado (2021), foram registrados 200 assassinatos de ativistas ambientais e de lideranças que lutam pelo direito à terra em todo o mundo. O Brasil contabilizou 26 mortes e ficou em terceiro lugar, atrás do México, com 54 assassinatos; e da Colômbia, onde 33 pessoas foram executadas.
O relatório cita as mortes dos líderes sem-terra Amarildo Rodrigues, Amaral Rodrigues e Kevin de Souza, assassinados num acampamento em Rondônia. Também são citados os assassinatos do líder indígena Tupinambá Alex Barros Santos da Silva, por conflito fundiário no sul da Bahia, e Isac Tembé, morto por um policial militar investigado por envolvimento com fazendeiros. De acordo com o estudo da Global Witness, as mortes, a violência e a repressão estão associadas aos conflitos territoriais e à busca do crescimento econômico baseado na extração de recursos naturais da terra. A ONG cita ainda a impunidade, a morosidade do judiciário e a falta de iniciativas dos governos locais como fatores determinantes para o número de assassinatos, principalmente nestes três países: Brasil, México e Colômbia.