O zum-zum-zum sobre a queda do dólar revelam que o mercado está com medo. Quando o temor é percebido por um contingente de pessoas não especializadas, é porque a situação é grave. A guerra vem desestabilizando o mercado, mas só vai derrubar quem já está na corda bamba. Como os investidores vivem e sobrevivem de projeções, o questionamento e o zum-zum-zum nos bastidores é se a queda dólar, a desconfiança e as boatarias podem implodir a economia dos EUA?

Como todos sabem, não é de hoje que a moeda norte-americana vem perdendo força e a desvalorização acumulada indica queda de 10,7%, apenas em 2022. Desde o início desta semana, o cenário vem se repetindo. Na terça-feira (21/3), o dólar fechou em R$ 4,90.
Cabe aos economistas responderem se após as sanções impostas à Rússia, por conta da guerra com a Ucrânia, a situação dos EUA se agravou?
Se há dois anos o cenário era preocupante, imaginem agora.
Em março de 2020, dados do Federal Reserve Bank de St. Louis alertavam que a quantidade de dólares em circulação nos EUA havia tido maior aumento em mais de 20 anos. De 11 a 18 de março daquele ano, a quantidade de notas de dólar em circulação na economia norte-americana passou de US$1,809 trilhão para US$1,843 trilhão. Ou seja, um aumento de quase 35 bilhões, em apenas uma semana.
Desde então, a crise norte-americana vinha sendo empurrada com a barriga.
Porém, a corrida dos investidores rumo ao ouro, amplamente divulgada pelos jornais e noticiários, só vem aumentando a instabilidade do dólar e com ela a desconfiança do mercado. Na percepção dos leigos, a guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia foram um "tiro no pé", pois acabaram trazendo consequências desastrosas para a própria economia dos EUA.
Diante de reflexões e questionamentos sobre a queda do dólar, lembrei de um velho ditado popular: onde há fumaça, há fogo. É pagar para ver.