As alianças políticas com vistas às eleições de 2022 devem mexer com as peças no tabuleiro eleitoral de 2022. O PT e o PSB avançam no acordo para formação de uma federação e estão afinados no discurso para a construção de uma frente de esquerda capaz de derrotar o bolsonarismo e a direita conservadora em todo o país. Mesmo que a candidatura ao governo de São Paulo ainda seja um impasse entre os partidos, a declaração de Marcelo Freixo (PSB) indica que existe possibilidade de acordo. O deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro afirmou nesta quinta-feira (20/1) que o debate "exigirá maturidade" e reconheceu que a candidatura de Haddad é mais forte e viável em comparação ao seu colega de partido Márcio França.
"Haddad está na frente e o estado tem muita centralidade para o PT, o que eu compreendo perfeitamente. Eu sei que em São Paulo o PT não vai abrir mão, é o único lugar em que não abrirão mão, e eles têm razão para isso. O Haddad está na frente e, se ele deixar de ser candidato, os votos irão para o (Guilherme) Boulos, não para o Márcio França. Os argumentos que eles (petistas) utilizam têm coerência", argumentou Freixo.
DECLARAÇÕES Em relação ao encontro dos presidentes do PSB e do PT, a conversa na sede do PSB, nesta quinta-feira (20/1), em Brasília, deu continuidade à aproximação das siglas. “Não foi uma reunião de definição, mas de entendimentos”, disse Gleisi Hoffmann. “Nossa aliança não pode ser uma aliança matemática”, afirmou Carlos Siqueira.
O encontro tratou das eleições deste ano e da possibilidade de aliança entre as legendas, que ainda não está fechada. Até o momento, a principal dificuldade para um acordo é a disputa pelo governo de São Paulo. O PT não quer abrir mão de lançar o ex-prefeito Fernando Haddad, enquanto o PSB pretende ter o ex-governador Márcio França na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
VICE DE LULA
A reunião, na sede do PSB, também tratou da possível formação de uma federação e da construção de uma frente ampla de centro-esquerda para tentar garantir uma vitória que ponha fim à era Bolsonaro. Em troca de o PT apoiar candidatos do PSB a governos estaduais, os socialistas ficariam ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a eleição ao Palácio do Planalto. Mesmo com algumas reservas de militantes socialistas em relação ao ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin deve mesmo se filiar ao PSB e será o vive de Lula.
ESPAÇOS PARA O PSB A conversa abriu a possibilidade de o PSB lançar candidatos em Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ao PT caberia a Bahia, Sergipe e Piauí. O impasse de São Paulo continua. As direções de ambos os partidos decidiram que irão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a intenção de ampliar o prazo para definir a federação, que atualmente termina no dia 1° de março. Gleisi e Siqueira consideram tal data inviável. A ação deve ser ajuizada na próxima segunda-feira. SÃO PAULO Para Freixo, São Paulo é o único estado no qual o PT deve se recusar a apoiar o PSB. "Eu tenho certeza absoluta de que o PSB vai indicar neste mês um nome (para o governo) em Pernambuco e que o PT vai apoiar. Resolver Pernambuco é um passo enorme para resolver os demais entraves (do acordo entre os dois partidos) no Brasil. Estamos muito mais próximos da solução do que do problema".