O movimento nacional em defesa da juíza Valdete Souto Severo, que já conta com apoio de dezenas de entidades e de pelo menos 280 juízes, recebeu um reforço importante por parte da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados. A bancada do PSOL ingressou com uma representação junto à Procuradoria Geral da Pública contra o ministro Humberto Eustáquio Soares Martins, Corregedor Nacional de Justiça, por prática de ato ilegal e lesivo à moralidade que teria sido cometido contra a juíza Valdete Souto Severo. A representação protocolada pela Bancada do PSOL é assinada pela líder do partido, Fernanda Melchionna. “Valdete Souto Severo tem sido uma defensora incansável das liberdades democráticas contra o autoritarismo. É inadmissível a posição da Corregedoria Nacional da Justiça em intimá-la por um artigo denunciando a necropolítica de Bolsonaro. Mais de 280 juízes já se posicionaram a favor dela. Não vamos nos calar frente a essa perseguição política”, explicam os deputados no texto da representação.
A perseguição à juíza, que é presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD), no Rio Grande do Sul, iniciou após ela publicar um artigo no qual afirma que o Brasil é um dos países mais atingidos pelo coronavírus. Após a a publicação, Valdete Souto Severo foi intimada por um ofício assinado pelo ministro Humberto Eustáquio Martins. De acordo com os deputados do PSOL, o ministro Eustáquio estaria utilizando o poder disciplinar para censurar ou, até mesmo, controlar o modo de pensar dos magistrados, o que configura prática do crime de abuso de autoridade. A juíza Valdete destacou no seu artigo que o País apresenta números expressivos de infectados e mortos e tem um dos piores desempenhos no combate à doença. O artigo também faz referência ao negacionismo em relação à doença, às pesquisas cientificas e por não ter utilizado os recursos disponíveis para o enfrentamento à crise, o que se configura em uma política genocida.
Comments