Apesar da chuva, a manifestação pelo "Fora Bolsonaro", na tarde de sábado (19/6), em Porto Alegre, reuniu mais de 50 mil pessoas. O protesto iniciou por volta das 15 horas, com uma concentração no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico da capital gaúcha, e prosseguiu com uma caminhada gigantesca pelas avenidas Júlio de Castilhos, Mauá, passando pela Usina do Gasômetro, e Loureiro da Silva. O ato, que foi organizado por movimentos populares, sindicatos, entidades estudantis, partidos de oposição e organizações que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, terminou no Largo Zumbi de Palmares, na Cidade Baixa, onde dezenas de velas foram acesas no chão em homenagem às vítimas da covid-19 no Brasil.
Mais de 400 cidades no Brasil promoveram protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. No Rio Grande do Sul, o povo foi às ruas em pelo menos 50 cidades gaúchas. Também foram realizadas manifestações em diversos países, como França, Inglaterra, Suíça, Portugal, Estados Unidos, Alemanha, Irlanda, entre outros. A postura do governo Bolsonaro diante da pandemia de coronavírus provocou críticas da comunidade científica no mundo inteiro. O presidente brasileiro é chamado de negacionista, por incentivar o uso de medicamentos comprovadamente sem eficácia em relação à covid-19, como a cloroquina, além de minimizar os efeitos da doença e de desprezar os cuidados para evitar a propagação do vírus, como manter distanciamento e usar máscara. A falta de iniciativas para barrar a propagação da covid foram determinantes para o caos do sistema de saúde e o aumento progressivo de óbitos no país. Os protestos contra Bolsonaro em todo o Brasil ocorrem exatamente no dia em que o país ultrapassa a marca de 500 mil mortes por covid-19. Desde janeiro, quando a primeira pessoa foi vacinada, até o momento, apenas 11,5% dos brasileiros receberam as duas doses do imunizante.
Os protestos deste sábado demonstram a insatisfação do povo em relação ao governo Bolsonaro, tanto nas faixas e cartazes, quanto nos gritos de ordem e nas manifestações das lideranças dos movimentos populares, das entidades estudantis, das centrais sindicais, dos partidos políticos e da própria população. As manifestações contra Bolsonaro vêm crescendo em todo o país e foram muito superiores aos protestos realizados no dia 29 de maio.
Apesar dos riscos de contaminação causados pela aglomeração dos protestos, ao menos em Porto Alegre não foi registrado sequer um único caso de manifestante sem máscara.
O presidente do PT do RS, deputado federal Paulo Pimenta, afirmou que o povo não aguenta mais o governo Bolsonaro, genocida, miliciano, criminoso. Pimenta lamentou a morte dos mais de 500 mil brasileiros e repetiu um bordão que vem sendo repetido pelos manifestantes: "É vacina no braço, comida no prato e fora Bolsonaro". Já a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) disse que o Brasil não pode esperar 2022 para retirar Bolsonaro da Presidência da República. "Não temos tempo, não podemos perder mais ninguém. Máscara no rosto, vacina no braço e pão na mesa do trabalhador”, ressaltou. A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) também defende a imediata retirada de Bolsonaro do comando do Brasil. “O nosso calendário não é o calendário eleitoral, o nosso calendário é o da defesa do povo, da vacina, do auxílio emergencial, do SUS, da juventude, das mulheres, dos negros e negras, dos indígenas”, disse.
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