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PORTAL "VOZ HUMANA" DISPONIBILIZA MAIS DE 10 MIL HORAS DE GRAVAÇÕES SECRETAS DE PRESOS POLÍTICOS


O advogado Fernando Augusto Fernandes lançou, na sexta-feira (31/3), o portal Voz Humana — os arquivos sonoros de presos políticos. O site disponibiliza mais de 10 mil horas de gravações de julgamentos secretos de presos políticos ocorridos entre 1975 e 1979, no Superior Tribunal Militar (STM). O lançamento do site marcou os 59 anos do golpe militar e o seu objetivo é facilitar o trabalho de pesquisadores, além de disponibilizar conteúdo, voltado a jornalistas e ao público em geral, sobre a história do país com reportagens sobre os processos no STM.

"É preciso olhar para o passado, para os erros cometidos no passado, para o presente recente e os riscos à democracia, como o ataque de 8 de janeiro, e para o futuro. Temos que pensar na necessidade de manutenção da democracia, de não ampliarmos a competência da Justiça Militar, restringindo-a a crimes exclusivamente entre militares e contra militares, e na modificação das estruturas do Judiciário e do Ministério Público, para que não tenhamos desvios de jurisdição, como ocorreram na "lava jato'", afirma o advogado.

As gravações de julgamentos do STM revelam que os ministros tinham conhecimento das torturas, que eram denunciadas pelos advogados. Porém, os magistrados faziam vista grossa para as sevícias, exceto o general Rodrigo Octávio, que tentava tomar providências, pondera Fernando Augusto Fernandes. "A tortura sempre existiu no Brasil. Mas a ditadura militar de 1964 institucionalizou a tortura como método de investigação", sugere o advogado, afirmando que a ditadura deixou um legado negativo que engloba execuções nas periferias das cidades, a "lava jato" e o bolsonarismo.


De acordo com Fernando Fernandes, o fato de o Brasil não ter julgado e punido militares da ditadura, como fizeram países como Argentina, Uruguai e Chile, contribui para a visão positiva que uma parcela dos brasileiros tem sobre o período. Afinal, muitos desconhecem as torturas e desaparecimentos de presos políticos. "A operação 'lava jato', com a questão do lawfare, não é nada menos do que a guerra híbrida decorrente da doutrina de segurança nacional, que inverteu a máxima de Clausewitz, tornando a política a guerra por outros meios. A perseguição ao inimigo interno, que deixou de ser mero opositor, é uma decorrência da doutrina. E a 'lava jato' é o desvio da judicialização, tornando o Judiciário parte da guerra política", enfatizou Fernandes.


Leia aqui a matéria dor jornalista Sérgio Rodas, publicada no site www.conjur.com.br.

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