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Foto do escritorAlexandre Costa

PANDEMIA DE SOLIDARIEDADE - 1


SOLIDARIEDADE AJUDA A COMBATER A FOME E AMENIZA A INEFICIÊNCIA DO PODER PÚBLICO

O www.esquinademocratica.com está publicando uma série de matérias sobre a PANDEMIA DE SOLIDARIEDADE. Nestes dias de isolamento social, de máscaras, de luvas e de álcool em gel, os brasileiros encontram na compaixão a força para salvar vidas, transformando o mundo à sua volta e dando sentido à palavra humanidade. No primeiro episódio, o jornalista Alexandre Costa conta a história das iniciativas da Associação de Mães e Pais pela Democracia (AMPD), de Porto Alegre, que têm ajudado a amenizar o impacto do coronavírus na vida de pessoas que vivem em situação vulnerável, abandonadas pelo poder público e pela falta de políticas governamentais.

A LUTA SERÁ GRANDE E A FOME TEM PRESSA

A pandemia do coronavírus parou o Brasil e deixou milhares de pessoas em situação desesperadora. O medo do contágio e as medidas preventivas de isolamento social resultaram na redução de mais de 80% das atividades comerciais e de prestação de serviços. Em tempos de coronavírus, essa é a realidade de norte a sul do país, seja nas capitais e grandes cidades ou nos pequenos municípios. Enquanto o Brasil aguarda o ápice da crise provocada pela pandemia, um outro vírus ameaça invadir as casas de milhares e milhares de pessoas: a fome.

Tão grave e desesperadora quanto a proliferação do vírus, a falta de dinheiro coloca em risco uma legião de trabalhadores que vivem ou sobrevivem do mercado informal. Pessoas que recebem muito pouco e que na maioria das vezes é insuficiente até mesmo para uma refeição. No entanto, essa situação tem sido amenizada por uma outra pandemia. Trata-se da solidariedade que brota de todos os lados, se propaga pelas cidades e contamina um número cada vez maior de pessoas. Em Porto Alegre, algumas iniciativas coletivas têm ajudado a minimizar os prejuízos causados pelo isolamento social, que segundo a Organização Mundial de Saúde é a forma mais eficiente de evitar a propagação do coronavírus e, consequentemente, a melhor alternativa para reduzir o impacto social e econômico.



A Associação de Mães e Pais pela Democracia (AMPD) vem realizando uma série de iniciativas para amenizar a falta de recursos de quem vive a partir da lógica cruel do submundo da informalidade: sem trabalho, não há dinheiro. A AMPD já fez doações para os catadores e recicladores da Arevipa, do centro de Porto Alegre, e das mulheres do Vitória Reciclando, além dos Kaingangs, de Nonoai. Todas estas são iniciativas próprias da Associação.


“Agora estamos coletando para a Vila Nazaré. Já arrecadamos perto de R$ 6 mil, na última semana. Compramos produtos da cesta básica para doar nas comunidades e produtos de higiene e de limpeza”, explicou a presidente da AMPD, Aline Kerber. A próxima iniciativa, segundo a presidente da AMPD, faz parte de uma coleta conjunta com outras organizações e está inserida no projeto Elo, contando com a parceria da Escola Livre de Arquitetura, Vila Flores, Translab e Práticas Urbanas Emergentes.


“Precisamos estar organizados neste processo porque a luta será grande e a fome tem pressa”, argumentou. Aline Kerber informa que o trabalho envolve inteligência, ações coordenadas e que os recursos arrecadados serão destinados para cinco comunidades, “Vamos empreender um processo em rede, transparente e que tenha sustentabilidade. Todo trabalho está sendo pensado com mapeamento, georreferenciamento e gestão da informação”, explicou.

Aline Kerber é presidente da Associação de Mães e Pais pela Democracia


A Associação Mães & Pais pela Democracia nasceu no final de 2019, como forma de reação à intolerância política, às diversas formas de discriminação e preconceito e a movimentos como o Escola Sem Partido. Atualmente, conta com cerca de 500 associados e mais de 5 mil simpatizantes nas redes sociais. O grupo se contrapõe à ideia de que existiria uma doutrinação em sala de aula, atribuindo esse discurso ao desejo de impor um pensamento único aos estudantes.





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