“O mandato não é particular, individual, não é só de um partido. Há de ser um mandato que represente o conjunto de forças e que tenha unidade de ideias. Temos muito o que conversar sobre a engenharia de um mandato coletivo, mas haveremos de entender, temos lideranças capazes nos partidos”. A declaração de Olívio Dutra (PT) é de julho do ano passado, quando o ex-governador aceitou concorrer a uma vaga ao Senado, cumprindo papel determinante para alavancar a candidatura de Edegar Pretto (PT) e Pedro Ruas (PSol) ao Piratini.
Apesar de não ter sido eleito, Olívio venceu Hamilton Mourão (Republicanos) em Porto Alegre, com 371,5 mil votos contra os 272,5 mil conquistados pelo ex-vice de Jair Boisonaro e hoje senador da República. Além da vitória nas urnas da capital gaúcha, o Galo Missioneiro exerceu papel importante para consolidar a frente de esquerda formada pela federação PT, PCdoB e PV e PSol e Rede.
Os movimentos para construção de uma aliança para disputar a Prefeitura em 2024 têm aproximado as lideranças políticas do PT e PSol, que devem afinar o discurso em torno do programa de governo e das estratégias para enfrentar o atual prefeito Sebastião Melo (MDB) nas urnas. Se Olívio Dutra aceitar o desafio de concorrer à Prefeitura, a frente de esquerda pode vencer a eleição e ampliar o número de vereadores na Câmara Municipal.
O "sim" do Galo Missioneiro evitará um processo inevitável de desgaste em torno da escolha dos nomes de Manuela D'Ávila, Pedro Ruas, Maria do Rosário e Sofia Cavedon.
Além disso, a realização de primárias, como defende o Psol, pode abrir feridas que podem não cicatrizar a tempo da disputa eleitoral.
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