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OBRAS DA HAVAN EM CANOAS TRAZEM RISCOS DE ENCHENTES E DE ALAGAMENTOS E PREJUÍZOS AO MEIO AMBIENTE

Foto do escritor: Alexandre CostaAlexandre Costa

A construção da megaloja da Havan, em Canoas, vem gerando manifestações e protestos por parte de ambientalistas e moradores desta que é a terceira maior cidade do Rio Grande do Sul. A previsão é de que a edificação esteja pronta antes mesmo da Páscoa. Porém, o empreendimento está projetado para ser construído em uma área de permanente preservação ambiental, em um terreno ao lado do ParkShopping, na Avenida Farroupilha, no bairro Marechal Rondon. Na sexta-feira (22/1), os movimentos opositores ao projeto ingressaram com ação no Ministério Público, denunciando as irregularidades e os riscos que a obra traz ao município. Em função da posição favorável ao megaempreendimento, o prefeito Jairo Jorge tem sido criticado veementemente por ambientalistas e integrantes de diversos partidos, tanto do PT, partido que foi filiado durante décadas, quanto de eleitores e apoiadores da sua recente candidatura.


O tema gerou uma guerra de versões e de informações, tanto nas redes sociais quanto nos bairros próximos à região onde será a futura Havan. Os moradores das áreas próximas ao empreendimento demonstram preocupação em relação a possíveis inundações. O prefeito usou o twitter para denunciar os opositores ao projeto da Havan, por difundirem "fake news". Jairo Jorge afirma que a prefeitura de Canoas tem sido acusada de ter cedido a área onde será instalada a futura loja da Havan. "É falsa a informação de que a prefeitura cedeu o terreno e também não é verdade que questões ambientais impedem o empreendimento", escreveu no twitter.

GUERRA DE INFORMAÇÕES

Morador de Canoas, o biólogo Daniel Santos, que é diretor de Meio Ambiente da Federação Gaúcha das Uniões de Associações de Moradores e Entidades Comunitárias (Fegamec), alerta que a área está sendo drenada de forma irregular. "Colocaram dois drenos, um na Farroupilha e outro na Sezefredo Azambuja Vieira, e estão acabando com estas áreas de preservação permanentes , os banhados e as nascentes. Há um estudo feito pela empresa SIGEPLAN que diz que estes lançamentos de água, até onde se sabe, são resultados do sistema pluvial local pluvial", alerta Daniel, informando que diversas entidades ambientais demonstraram preocupação em relação ao tema e devem se manifestar nos próximos dias.


EMPREGOS

A Havan, conhecida por utilizar réplicas da Estátua da Liberdade junto aos seus estabelecimentos, adquiriu uma área de 24,5 mil metros quadrados e prevê, no local, a utilização de 9,4 mil metros quadrados de área construída. O investimento será de aproximadamente R$ 30 milhões, um pouco acima dos valore mais recentes de investimentos em outras unidades da rede. A estimativa é de que o empreendimento possa gerar 150 empregos diretos e outros 250 indiretos. Durante a execução da obra, com previsão de ser executada em 45 dias, serão criados outros 275 postos de trabalho diretos e mais 400 indiretos, o que totaliza mais de mil vagas de emprego. A prefeitura de Canoas se comprometeu a liberar as licenças necessárias em até 60 dias.


MINISTÉRIO PÚBLICO o Ministério Público, em razão da relevância do tema, reeditou a recomendação sobre o princípio da precaução que os municípios e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) devem adotar antes de licenciar empreendimentos nesses locais. Assinado em 22 de abril pela promotora designada à Regional Sinos, Ximena Cardoso Ferreira, o documento diz que a restrição deverá considerar especialmente os casos de parcelamento do solo urbano para fins de moradia, que ficam peremptoriamente vedados nestas áreas. Planície de inundação ou várzea é toda a região à margem de um curso d’água que fica inundada durante as cheias. No caso do Sinos, conforme apontou o estudo da Metroplan, trata-se de uma área de alto risco. “Por esse motivo, recomendamos à Fepam que não conceda Iicenças ambientais, para construir ou quaisquer outros atos autorizativos do uso do solo, relativamente a novos empreendimentos que estejam situados na mancha de inundação do Sinos ou dos seus afluentes, tendo em conta o tempo de recorrência de 100 anos”, explica Ximena.


RISCOS AMBIENTAIS E ALAGAMENTOS A área adquirida pela Havan pode ser considerada uma planície de inundação ou várzea, que é toda a região à margem de um curso d’água, ficando inundada durante as cheias. No caso do Sinos, conforme apontou o estudo da Metroplan, trata-se de uma área de alto risco. Entre 2016 e 2017, durante a segunda etapa do Projeto Verdesinos e devido às inundações recorrentes com perdas sociais e financeiras vultuosas, o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos) direcionou esforços para o mapeamento da planície de inundação. Essa iniciativa pioneira, foi ratificada, em grande parte, pelo trabalho “Estudos de alternativas e projetos para minimização do efeito das cheias na bacia do Rio dos Sinos”, apresentado em julho de 2018 pela Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan).


Clique aqui para ler a Recomendação do MP na íntegra.


VÍDEOS NAS REDES SOCIAIS

Abaixo, vídeos que servem de alerta para possíveis prejuízos ao meio ambiente e para os riscos que o empreendimento traz, principalmente, para os moradores de áreas próximas, em função de alagamentos e de enchentes. "A área tem uma importante função porque cumpre serviços ecossistêmicos que são cada vez mais essências, em função das as mudanças climáticas e que a cidade reconhece, pois faz parte de acordos internacionais para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável. Ao não se preocupar com as chuva e as enchentes no município, Canoas está atacando diretamente o que preconiza as Cidades Resilientes", explica o biólogo Daniel Santos.






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