
A informação de que agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation ) atuaram junto à operação Lava Jato, veiculada recentemente nos sites da Agência Pública e do The Intercept Brasil, é considerada extremamente grave pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Por isso, , nesta quarta-feira (8/7), a entidade protocolou um pedido de providências no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para investigar a conduta de procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, nas capitais Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. O pedido é endereçado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que preside o CNMP. A ação foi assinada pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e aprovada em reunião do Conselho Federal da entidade, na terça-feira (7/7).
De acordo com reportagem da Agência Pública em parceria com o site The Intercept Brasil, diálogos revelam que o FBI teve total acesso às investigações da Lava Jato, e Dallagnol tentou driblar regras de cooperação internacional. O FBI atuou na Lava Jato quando os focos da operação eram as empresas Petrobras e Odebrecht. A colaboração começou em 2014 e foi fortalecida em 2015 e 2016. O documento menciona a gravidade dos fatos revelados pela imprensa alternativa. “Ora, os fatos mencionados e que estão vindo à tona são graves, merecendo pronta e imediata atuação deste Conselho, no sentido de promover as investigações republicanamente necessárias. Nesse cenário não há como objetar que qualquer garantia funcional de quaisquer membros do Ministério Público seria óbice à necessidade de apuração dos fatos noticiados”. A OAB também pede apuração sobre a supressão de parte dos nomes das autoridades com prerrogativa de foro. Procuradores da Lava Jato podem ter camuflado nomes de autoridades para investigá-las, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A informação foi reportada pelo portal Poder360. Por último, a entidade quer saber se é verdadeira a suposta utilização de equipamentos de gravação eletrônica de diálogos e de outras comunicações pessoais por longo período de tempo, “chegando a cogitar-se que as captações teriam se iniciado em 2016, assim operando até a presente data, de forma ininterrupta”.
O documento lembra que, em 26 de junho, um grupo de três procuradores da Lava Jato pediu demissão por discordar com a gestão de Augusto Aras na PGR.