Sensacional, fantástico, magnífico... Estes são apenas alguns dos termos provocados por quem se depara com o surpreendente Teatro da Crueldade. O trabalho realizado por este coletivo merece toda a nossa atenção, pois os espetáculos e as performances têm uma estética capaz de provocar arrebatamento por onde passa. A obra é resultado do olhar diferenciado e perspicaz de Marcelo Restori, diretor de teatro, ator e cineasta - considerado percussor do teatro performático no Rio Grande do Sul. Restori começou sua carreira no teatro em 1987, no extinto Pé-de-Palco. A previsão é de que o material esteja à disposição do público já na próxima semana, em capítulos.
O coletivo Teatro da Crueldade foi fundado em 2016, como resultado das oficinas de Marcelo Restori no Fórum Social Mundial, ampliando a proposta que o diretor já havia apresentado em Ilha dos Amores, considerado o evento cênico de 2013 pelo jornal Zero Hora. A proposta de intervir no fluxo da cidade, fazendo brotar sexualidade de dentro do esgoto do Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, era uma subversão dionisíaca a moral cristã, fazendo o prazer emergir em meio as batalhas do caos urbano, como na Ilha do Amores de Camões, em Os Lusíada.
Na ocasião, o Coletivo Teatro da Crueldade trabalhava a partir da pesquisa e sequência de intervenções, com objetivo de subverter o cotidiano da cidade e seu caos urbano por meio de uma releitura contemporânea do rito dionisíaco. O grupo é conhecido pelas intervenções que transformam a rua em um fórum simbólico e potencializado de afetos, provocando estranheza e desencadeando processos de libertação diante das amarras moralistas e da humanização do imaginário da cidade.
RECONHECIMENTO
Em 1991, Marcelo Restori fundou o Falos & Stercus, grupo referencial da cena contemporânea brasileira e destaque do 17º London International Workshop Festival, em 2004. Desde 2016 integra o Coletivo Teatro da Crueldade com o qual realizou de 2016 a 2019 as investigações do Despindo a Cidade dos Preconceito e, em 2020, foi destaque do 27 ° Porto Alegre em Cena com Terminal, primeira performance criada para tempos de pandemia.
De 1993 a 1998 passou pela faculdade de Arte dramática da UFRGS; em 2006 se formou na primeira turma da faculdade de cinema da PUCRS, na qual roteirizou e dirigiu, entre outros: Placebo – ganhador do prêmio Kodak, primeiro lugar no Brasil e segundo lugar na América Latina em 2007.
Em sua carreira concebeu inúmeras performances e intervenções urbanas, dentre elas: Ilha dos Amores, intervenção performática considerada o evento cênico do ano de 2013 pelo jornal Zero Hora, ao parar o transito fazendo brotar sexualidade de dentro do poluído Arroio Dilúvio em Porto Alegre. A vida profissional começou em 1978, aos 13 anos, como radialista, profissão que abandonou definitivamente em 1993 para se dedicar exclusivamente a sua formação artística. Em 1999 Foi aluno da Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro. De 2010 a 2014 esteve na gestão pública, ocupando o cargo de diretor do IEACen - Instituto Estadual de Artes Cênicas da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul.
Em 2015 integrou a UPMS – Universidade Popular dos Movimentos Sociais, ligada ao projeto Alice do Professor Boa Ventura de Souza santos e, em 2018, ministrou aula de Direção Cênica no curso de Produção Circense no IFRGS.
TRAILER
O público poderá conferir o trabalho do coletivo Teatro da Crueldade no link abaixo.