O HOMEM DO GATO (THE CAT MAN)
- Alexandre Costa
- 11 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
por Bruno Mendonça Costa (*)

Ao passar pela Esquina Democrática (esquina da Borges com a rua da Praia), era comum antes da pandemia a aglomeração de pessoas para assistir o show do homem do gato. Filiciano Falcão conquistou seu sonho, graças à Lei Aldir Blanc com apoio da Fundação Marcopolo e da Secretaria da Cultura. Na ZH de 08/09 de maio de 2.021 está o desenho do seu circo. Em letras grandes lá está “O CIRCO DO HOMEM DO GATO”. Diz ele: “virei the cat man”. Agora, americanizado, seu sucesso está garantido. Debaixo das letras grandes, uma consigna que faz pensar: “alegria é o combustível da vida”.
As pessoas, sempre apressadas, são atraídas pelos desesperados miados do gato preso no saco. Só ele é capaz de imitar o miado deste gato aflito e que quer escapar do saco, mas, é lógico, dele não se escapa nunca. Entre os dois lados da aglomeração forma-se um corredor humano. No centro, o artista de rua Feliciano Falcão. O passante quer continuar sua marcha rápida, talvez protestando intimamente por aquela inconveniente obstrução da rua e de sua liberdade de “ir e vir”, assegurada por nossa Lei Maior.

Nem sabe que junto a ele, às suas costas, no mesmo ritmo do seu caminhar, está o Feliciano, marchando em ritmo igual e com os mesmos gestos do passante. Esta imitação, os miados do gato espremido e desesperado dentro do saco, a expectativa de que ele consiga se libertar de sua prisão, a caminhada atrás do passante, são as mensagens deste artista que consegue mostrar a todos que não vale a pena ser tão apressado e que sua vida está ganhando alguns minutos de alegria ao prestar atenção na arte do Feliciano.
“ALEGRIA É O COMBUSTÍVEL DA VIDA” – autor: Feliciano Falcão (artista de rua).
(*) Bruno Mendonça Costa é médico e doutor em psiquiatria.