top of page

O DIA DA DIGNIDADE MENSTRUAL E A REALIDADE DE DESIGUALDADES E VIOLAÇÕES DAS MENINAS BRASILEIRAS


O tema ainda é um tabu, mas até bem pouco atrás era inimaginável falar sobre o assunto. Hoje, 28 de maio, é o Dia da Dignidade Menstrual. Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o direito das mulheres à higiene menstrual, como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. A própria ONU estima que uma em cada dez meninas perdem aula quando estão menstruadas. Por isso, o Esquina Democrática resolveu ingressar na luta para dar maior visibilidade a esse assunto extremamente importante. Estamos divulgando o relatório do UNFPA e do UNICEF, que traça um panorama alarmante da realidade menstrual vivida por meninas brasileiras.


Discutir a saúde e os direitos menstruais publicamente é um dos compromissos do UNFPA e do UNICEF na resposta à pobreza menstrual, que afeta negativamente parte importante das pessoas que menstruam no país – como retrata este relatório. O tema explicita as vinculações entre a dignidade menstrual e o exercício dos direitos à água e ao saneamento adequados na escola e em casa. Os dados apresentados demonstram como, no Brasil, crianças e adolescentes que menstruam têm seus direitos à escola de qualidade, moradia digna, saúde, incluindo sexual e reprodutiva violados, quando seus direitos à água, ao saneamento e à higiene não são garantidos nos espaços em que convivem e passam boa parte de sua vida.


A pobreza menstrual afeta mulheres e meninas em todo o mundo. O acesso a produtos sanitários, espaços seguros e higiênicos para utilizá-los e o direito de administrar a menstruação sem vergonha ou estigma são essenciais para quem menstrua.


Mas para muitas, isso não é uma realidade. Este não é apenas um risco potencial para a saúde – também pode significar que a educação de mulheres e meninas, seu bem-estar e, às vezes, vidas inteiras são afetadas.


No Brasil, aproximadamente 1,5 milhão mulheres vivem em casas sem banheiros e cerca de 213 mil meninas que frequentam escolas não têm banheiros em condições ótimas de uso – 65% dessas garotas são negras.


No sistema prisional brasileiro, onde 62% das mulheres são negras e 74% são mães, a lei obriga o Estado a fornecer assistência material e de saúde às presas. Mas 60,9% delas entende que a quantidade de absorventes oferecidos é insuficiente.


A maioria das presas depende do kit levado pelos familiares em dias de visita ou enviados por correio. Durante a pandemia, com a proibição das visitas, elas ficaram sem os produtos básicos de higiene.


Em Porto Alegre, o projeto Sobre Nós é coordenado por Vitória Cabreira. Ela explica que a iniciativa surgiu da necessidade da criação de uma rede de solidariedade e apoio para as mulheres gaúchas. “Somos um projeto feito por mulheres e para mulheres, que tem o intuito de combater as desigualdades sociais.E a partir do Sobre Nós junto com a Unidas Girl Up Porto Alegre lançamos o projeto Unidas Contra a Pobreza Menstrual, que está arrecadando dinheiro para absorventes, que serão distribuídos nas comunidades de Porto Alegre. Até agora já foram arrecadados mais de R$ 600,00 e mais de 70 pacotes de absorventes. Mas pra além da solidariedade, também cobramos políticas públicas que combatam a Pobreza Menstrual, explica Vitória.

Nesta sex-feira (28/5), a partir das 20 horas, VitóriaCabreira participa de uma “live” com o vereador Leonel Radde, do PT de Porto Alegre, que protocolou um projeto de combate à pobreza menstrual na Câmara Municipal. A atividade será transmitida via instagram.






Comentarios


JORNALISMO LIVRE E INDEPENDENTE_edited_e
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube
bottom of page