
O 8 de março nas principais capitais e cidades do Brasil será um dia de luta contra a violência, seja no lar, no trabalho, nas ruas, na web ou nos mais diversos espaços da sociedade, públicos ou privados. Em Porto Alegre, o Dia Internacional da Mulher marca também o retorno das manifestações de rua e os protestos contra as diversas formas de opressão, física, psicológica, econômica, patrimonial, entre outras. O Brasil é um país patriarcal e o 8 de março pretende denunciar o aumento dos casos de violência contra a mulher e as inúmeras outras formas de dominação de gênero.
Uma pesquisa de opinião realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com Observatório da Violência Contra a Mulher indica que 86% das mulheres brasileiras perceberam um aumento da violência contra elas no ano passado. O número é 4% maior que em 2020. De acordo com a pesquisa, que ouviu três mil pessoas entre 14 de outubro e 5 de novembro de 2021, cerca de 68% das pessoas entrevistadas conhecem alguma vítima e 27% declararam já ter sofrido este tipo de violência. O levantamento é um entre os muitos realizadas no Brasil durante o período de pandemia. A pesquisa comprova o aumento da violência e dos casos de feminicídio em função do isolamento social e da crise sanitária. O estudo indica que ao menos 18% das mulheres agredidas convivem com o agressor e para 75% o medo leva a mulher a não denunciar. Este cenário foi potencializado com a pandemia, país considerado machista para 71% das mulheres que responderam à pesquisa.
O presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores são considerados agentes de propagação da conduta misógina e violenta que se multiplica no Brasil.
VIOLÊNCIA SEXUAL
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgou, nesta segunda-feira (7/3), novos dados sobre violência letal e sexual contra mulheres no Brasil, a partir de levantamentos baseados em boletins de ocorrência (BO) da Polícia Civil nas 27 Unidades da Federação. Em 2021, uma mulher foi estuprada a cada 10 minutos, o que representa um aumento de 3,7% em relação a 2020, totalizando 56.098 ocorrências neste período. Já os feminicídios tiveram queda de 2,4% (1.319 registros). Sete estados registraram número de feminicídios abaixo da média nacional. São eles: São Paulo (0,6%), Ceará (0,7%), Amazonas (0,8%), Rio de Janeiro (0,9%), Amapá (0,9%), Rio Grande do Norte (1,1%) e Bahia (1,1%). TRABALHO E RENDA O relatório Mulheres, Negócio e a Lei 2022, divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Banco Mundial, alertou que quase 2,4 bilhões de mulheres no mundo não têm os mesmos direitos econômicos que os homens. A diferença é quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) mundial: US$ 172 trilhões. Em todo o mundo, o levantamento apontou que as mulheres têm somente 75% dos direitos dados aos homens.
De acordo com o estudo, 178 países ainda mantêm barreiras legais que evitam a inteira participação econômica feminina no mercado de trabalho. Desses, 86 nações têm algum tipo de restrição para alcançar direitos iguais e, em outros 95, há falhas nas garantias dos pagamentos iguais para homens e mulheres que exercem as mesmas funções. Apenas 23 países analisados teriam apresentado avanços na legislação para melhorar a inclusão econômica das mulheres. Angola, por exemplo, criminalizou o assédio sexual no ambiente de trabalho. Apenas 12 países, todos membros da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Europa (OCDE), têm paridade de gênero. Um recorte do levantamento examinou aspectos como creche, empregos assalariados e aplicabilidade das leis em 95 países. Muitas reformas focam em proteção de assédio sexual no trabalho, proibição da discriminação, aumento de férias pagas para novos pais e a remoção de restrições de trabalho para mulheres. Em todo o mundo, 118 países garantem 14 semanas de licença-maternidade. 114 também pagam licença para os pais, mas a duração média é de uma semana.
ATIVIDADES EM PORTO ALEGRE
No Largo Glênio Peres:
12h às 17h – Arrecadação de alimentos e absorventes;
12h – Acolhimento e organização da tenda Elza Soares;
13h – Troca de Experiências sobre Combate à fome e miséria com trabalho digno no campo e na cidade (mesa);
14h – Mística – Intervenção Cultural;
14h30 – Defesa da Democracia, Controle Social e Participação Popular na Defesa das Políticas Públicas (mesa);
15h30 – Mística – Intervenção Cultural;
16h – Combate à Violência de Gênero, Política, Racismo Estrutural, LGBTfobia e Feminicídio (mesa);
17h – Mística – Intervenção Cultural;
Na Esquina Democrática:
18h – Concentração para o ato unificado, com saudações; Intervenção cultural e início da caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares;
No Largo Zumbi dos Palmares:
Saudações e apresentação da bateria da Escola de Samba Imperatriz Leopoldina.
ATOS NO RIO GRANDE DO SUL
Santa Maria – Praça Saldanha Marinho, 17h;
Canoas – Esquina Democrática, 15h (12/03);
São Leopoldo – Em frente à Câmara de Vereadores, 17h;
Caxias do Sul – Praça Dante Alighieri, 18h;
Erechim – Seminário N.S de Fátima, 18h30;
Encruzilhada do Sul – Mobilização de rua e moções na câmara de vereadores, programa de rádio;
Salvador das Missões – Encontro e formação com as camponesas, 22h;
Paim Filho – Participação das camponesas em programas de rádio;
Três Cachoeiras – Encontro de formação (07/03);
Passo Fundo – Ato de Rua, 18h.
UM DIA DE LUTA EM TODAS REGIÕES DO BRASIL Sul
Porto Alegre (RS) - 18h, na Esquina Democrática Caxias do Sul (RS) - 18h, na Praça Dante Curitiba (PR) - 16h30, na Praça Santos Andrade Guarapuava (PR) - 17h, no Terminal da Fonte Foz do Iguaçu (PR) - 17h, em frente ao Bosque Guarani (TTU) Londrina (PR) - 17h30, no Calçadão Apucarana (PR) - 18h, na Praça Rui Barbosa Florianópolis (SC) - 12h, Ticen Chapecó (SC) - 9h, na Praça Central Joinville (SC) - 18h, na Praça da Bandeira Lages (SC) - 9h, na Associação de Moradores e Amigos do Bairro Popular São Miguel do Oeste (SC) - 9h, na Praça Municipal Walnir Bottaro Daniel
Sudeste
São Paulo (SP) - às 16h, no MASP Campinas (SP) - 16h, no Largo do Rosário Belo Horizonte (MG) - 16h30, Na Praça da Liberdade Juiz de Fora (MG) - 17h, na Praça da Estação Uberlândia (MG) - 16h30, na Praça Ismene Divinópolis (MG) - 15h30, no quarteirão fechado da rua São Paulo Ouro Preto (MG) - 15h30, na Praça Tiradentes Ipatinga (MG) - 8h, na Praça Primeiro de Maio Barbacena (MG) - 16h, na Praça dos Macacos Ponte Nova (MG) - 17h, na Praça dos Palmares Vitória (ES) - 14h, na Praça Costa Pereira Rio de Janeiro (RJ) - 16h, na Candelária
Centro-Oeste
Brasília (DF) - 17h, no Museu da República Campo Grande (MS) - 8h, na Avenida Afonso Pena com a 14 de Julho Goiânia (GO) - 9h, na Catedral Metropolitana
Norte
Belém (PA) - 17h, na Praça da República Ananindeua (PA) - 7h, na DEAM, Cidade Nova 5, We 31, 1112 Marabá (PA) - horário a definir, na Praça São Francisco
Nordeste
Maceió (AL) - 8h, na Praça dos Martírios Recife (PE) - 15h, no Parque 13 de Maio Mossoró (RN) - 16h, na Praça da PAX Natal (RN) - 14h30, na Praça Gentil Ferreira Salvador (BA) - 14h, na Praça do Campo Grande Santo Antônio de Jesus (BA) - 17h, na Praça Padre Mateus Cajazeiras (PB) - 16h, na Praça Leblon São Luís (MA) - 15h, na Praça Deodoro Aracaju (SE) - 9h, na Reserva da Mangaba Fortaleza (CE) - 13h, na Praça do Ferreira Cariri (CE) - 8h, na Praça da Prefeitura (Crato) Sobral (CE) - 17h, no Arco do Triunfo.