NOTÍCIA DE QUE LULA ESCALOU JOBIM PARA QUESTIONAR GENERAIS SE CONSEGUIRÁ TOMAR POSSE, É AVILTANTE

A notícia de que Lula escalou o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim para questionar à cúpula das Forças Armadas se conseguirá tomar posse, caso seja eleito, é aviltante. Independente da suposta revolta dos militares com a divulgação da farra das licitações, com compras de picanha, prótese peniana e Viagra, o questionamento por si só jamais deveria ser feito. Ou alguém imaginou que os generais diriam algo diferente que "nada impedirá o vencedor, qualquer que seja ele, de assumir a cadeira no Palácio do Planalto"? Em um país no qual um candidato precisa perguntar aos generais se poderá assumir, caso eleito, não há nada mais a ser dito. Agora, é torcer para que as informações publicadas por Vera Rosa, do jornal O Estado de S.Paulo, na quarta-feira (20/4), sejam desmentidas ou melhor explicadas. Caso contrário, devemos nos habituar às tais consultas às Forças Armadas e parece mais produtivo enviar o plano de governo, além dos nomes que vão ocupar, eventualmente, os respectivos ministérios. “A impressão que fico, nessas conversas, é a de que as Forças Armadas são totalmente legalistas”, disse Jobim ao Estadão. Em discurso à cúpula militar no Dia do Exército (19/4), Jair Bolsonaro (PL) incitou a caserna a entrar na disputa eleitoral, citando inclusive o tuite de Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército que estava presente na cerimônia, com ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF), na véspera do julgamento que poderia colocar Lula em liberdade, em 2018.