Representantes de diversos movimentos sociais que atuam em Porto Alegre participaram, na manhã desta quinta-feira (20/2), de uma reunião para viabilizar a construção de uma frente de esquerda e centro-esquerda, com objetivo de disputar a eleição à prefeitura da capital gaúcha. O encontro foi realizado no Camp, uma ONG ligada à assessoria multiprofissional, localizada no centro de Porto Alegre. Ficou decidido que será marcada uma nova reunião coletiva, com a presença de lideranças dos movimentos sociais e dos partidos (PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB, PCB, UP e PSTU, em março, com data a ser definida.
Além de reafirmar a necessidade imperativa da unidade das forças progressistas, os movimentos sociais encaminharam algumas propostas que serão apresentadas na reunião coletiva.
PROPOSTAS
- Pesquisa com grupos focais e com observação participante dos movimentos e partidos;
- Carta em Defesa de Porto Alegre;
- Formação de uma Frente Ampla em defesa de Porto Alegre;
- Discussão sobre as bases de uma possível unidade eleitoral já no primeiro turno;
PRESSÃO PELA UNIDADE
Os movimentos sociais promoveram duas plenárias no mês de fevereiro, nos dias 1º e 15, no Memorial Luiz Carlos Prestes, com a participação de diversas entidades e representantes de partidos políticos. Na primeira delas, os três partidos manifestaram disposição para a formação de uma frente, com possibilidade real de vencer as eleições à prefeitura da capital gaúcha.
PRIMEIRO OS PROJETOS, DEPOIS OS NOMES
Ao que tudo indica, a maior dificuldade será a definição do vice na chapa. Por isso, grande parte das lideranças considera inoportuna a indicação de nomes, dando maior importância à consolidação de um conjunto de propostas construídas coletivamente, com objetivo de transformar Porto Alegre em uma cidade referência do ponto de vista das políticas públicas.
É PRECISO AMPLIAR A FRENTE
O PSOL defende a realização de primárias, como forma de definir tanto o candidato/a a prefeito/a, quanto o/a vice. O nome de Manuela D’Ávila (PCdoB) tem sido defendido, principalmente por militantes e apoiadores do PT e do PCdoB. Antes mesmo de iniciarem as discussões para construção da frente, o PSOL já havia lançado o nome da deputada federal Fernanda Melchionna, como candidata a prefeita. Nesta semana, o PT formalizou o apoio à candidatura de Manuela, após reunião do diretório municipal. Já o diretório estadual da Unidade Popular pelo Socialismo (UP), partido que teve a criação homologada em 2019, escolheu Priscila Voigt como pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre. O PSB tem participado das plenárias e o PDT tem sido citado, seguidamente, pelos que defende a ampliação da frente.
DIFICULDADE PARA OUVIR AS BASES A iniciativa de organizar as plenárias partiu dos movimentos sociais, que são representados por lideranças de diversas entidades, associações, coletivos e grupos, com apoio dos principais partidos políticos de esquerda (o PT, PCdoB e PSOL). A viabilidade ou não dos partidos de esquerda lançarem uma frente, depende também de negociações e de entendimentos a partir das possíveis composições nas diversas capitais e em grandes municípios em todo Brasil. Apesar das dificuldades para unir os partidos, as lideranças ligadas aos movimentos sociais consideram fundamental a unidade e continuarão pressionando para viabilizá-la.