Milhares de pessoas participaram das manifestações pelo "Fora Bolsonaro", realizadas no sábado (24/7), em mais de 400 municípios do Brasil e em 35 cidades, em outros 16 países. Os protestos foram intensificados dentro em fora do Brasil, a partir das denúncias que estão sendo apuradas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, que passou a investigar a atuação do governo federal no combate à covid-19. As manifestações cresceram em tamanho e em quantidade, tanto no país quanto no exterior, a partir das inúmeras denúncias sobre casos de corrupção e um esquema para recebimento de propina, com vacinas a preços superfaturados. Existem fortes suspeitas da participação de militares e de agentes do alto escalão do governo. Também recai sobre o presidente Jair Bolsonaro a suspeita de que mesmo tendo sido informado sobre as irregularidades, nada fez para alterar o percurso das negociatas.
Confira mais abaixo as fotos da manifestação de Porto Alegre e os vídeos das inserções ao vivo.
A situação econômica do país foi agravada pela falta de iniciativas do governo federal para barrar o avanço da pandemia. Além das 550 mil mortes em função da doença, a taxa de desemprego no Brasil alcançou14,7% no 1º trimestre deste ano, o que representa um recorde, com 14,8 milhões de brasileiros desempregados. Esta foi a maior taxa e o maior contingente de desocupados já registrado pela série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Número de subutilizados chegou a 33,2 milhões e também atingiu nova máxima. Os chamados 'desalentados', que não são computados no número de desempregados, somaram 6 milhões. O presidente Jair Bolsonaro viu sua popularidade cair no decorrer do último ano. O mais recente levantamento do Instituto Datafolha, divulgado no dia 8 de julho, mostrou que a reprovação de seu governo subiu de 45% para 51% - e é a maior desde janeiro de 2019, quando iniciou o seu mandato.
As manifestações têm sido organizadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. A maioria dos protestos aconteceu de maneira pacífica. Em São Paulo, o ato pelo "Fora Bolsonaro" foi o maior do país e o único a registrar confrontos entre manifestantes e policiais militares.
PORTO ALEGRE
O protesto em Porto Alegre foi pacífico e reuniu cerca de 80 mil pessoas. Não foram registrados incidentes e os manifestantes seguiram à risca as orientações dos organizadores, principalmente com relação ao uso de máscaras como medida de proteção contra o coronavírus. Porém, as aglomerações foram inevitáveis ao longo do percurso. Após concentração no Largo Glênio Peres, os manifestantes saíram em caminhada pela Borges de Medeiros, passando pela Esquina Democrática, seguinto à esquerda pelas avenidas Salgado Filho, João Pessoa, Venâncio Aires, Aureliano de Figueiredo Pinto e João Alfredo, encerrando o percurso no Largo Zumbi de Palmares. Além do impeachment de Bolsonaro, a pauta dos protestos também incluiu pedido de aumento do valor do auxílio emergencial pago durante a pandemia e mais recursos para educação. Houve manifestações contra a privatização da Eletrobras e dos Correios.
CONFIRA AS FOTOS Crédito: Alexandre Costa
EM DEFESA DE CUBA
Antes da caminhada pelas ruas da capital gaúcho, um grupo de manifestantes realizou um protesto contra o embargo econômico a Cuba, imposto pelos EUA. Além de defender a soberania do povo cubano, o ato fez referência à luta para que a América Latina seja livre para construir seu próprio destino. Enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem e pediam o fim do bloqueio econômico a Cuba, que já dura 60 anos, um grupo se encarregou de queimar a bandeira dos Estados Unidos, como um ato de repúdio às políticas norte-americanas.
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