A posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), na tarde deste domingo, 1º de janeiro de 2023, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi um dos atos políticos mais importantes da história recente do Brasil. Com a faixa presidencial no peito, Lula discursou do parlatório do Palácio do Planalto para uma multidão de apoiadores, pessoas que se deslocaram dos mais diversos lugares do país, em uma emocionante celebração à democracia. Ao falar da fome no país, Lula chorou. Em seguida, ainda com a voz embargada, reafirmou seu compromisso no combate à fome e na redução das desigualdades entre os brasileiros.
"Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo em busca de alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a que têm direito", disse. "Trabalhadores e trabalhadoras desempregados, exibindo nos semáforos cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: 'por favor, me ajuda'", relatou Lula, interrompendo o discurso em razão do choro.
O presidente pediu união dos brasileiros, se dirigindo indiretamente a eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro, nas eleições do ano passado. Lula foi enfático ao afirmar que será preciso reatar laços, ressaltando que vai governar para 215 milhões de pessoas.
"Vou governar para 215 milhões de brasileiros e não apenas para quem votou em mim. Olhando para nosso luminoso futuro comum e não para o retrovisor de um passado de divisão e intolerância. A ninguém interessa um país eternamente em pé de guerra. É hora de reatarmos laços com amigos e familiares, rompido por discurso de ódio e disseminação de tantas mentiras", argumentou o presidente.
Lula reiterou os desafios que seu governo enfrentará para reduzir as desigualdades, defendendo a formação de uma frente ampla. "A desigualdade apequena este nosso país de dimensões continentais ao dividi-lo em partes que não se reconhecem. De um lado, uma parcela que tudo tem, de outro uma multidão a quem tudo falta, e uma classe média que vem empobrecendo ano a ano graças às injustiças do governo.
Lula também fez referência ao período em que esteve preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, entre 2018 e 2019. O presidente repetiu uma saudação feita por apoiadores que ficavam acampados no entorno da PF, no movimento denominado “vigília Lula Livre”. Ele afirmou que diante do ódio de seus adversários, responderá com amor. Mas, reagirá com a força da Lei ao terror e à violência. "Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre!"
Muito boa a tua síntese do extenso e emocionante discurso de Lula ontem, 01/01/2023, no Parlatório do Palácio do Planalto. Teu trabalho enobrece o jornalismo no Rio Grande do Sul e muito me honra ter compartilhado contigo de uma redação no serviço público.numa prefeitura democrática.